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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Pais agredidos pelos filhos calam-se
Apenas 25% fazem denúncia à polícia. APAV seguiu 1777 casos em três anos.
Apenas um quarto dos 1777 pais vítimas de violência por parte dos filhos, e que foram assistidos entre os anos de 2013 e 2015 pela APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), fez queixa às autoridades policiais. Um encobrimento motivado por "vergonha, sentimento de culpa ou desconhecimento" das vítimas, que maioritariamente são mulheres viúvas acima dos 65 anos.
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De acordo com o relatório da APAV ‘Violência Filioparental 2013-2015’, ontem divulgado, todos os dias há, em média, pelo menos um pai ou mãe agredido pelos filhos. Dos 1777 processos de apoio em três anos foram identificados 4327 crimes. Este fenómeno da violência doméstica disparou de 2014 para 2015, com a APAV a registar, respetivamente, 553 e 667 casos. "Ainda assim, a maior parte não denuncia os filhos porque tem vergonha, sentimento de culpa ou desconhece que o pode fazer.
Há preconceito por irem a uma esquadra", lamenta ao CM Maria de Oliveira, da APAV. A forma como os casos chegam à associação é dividida: "Metade pelas próprias vítimas; a outra metade pelos familiares, amigos, vizinhos ou instituições." Um desses casos é o de Hermínia (nome fictício), com mais de 70 anos, que chegou à APAV pelo seu banco. O filho começou a agredi-la e a tirar dinheiro quando ficou viúva. "Fechava os punhos, batia-me de um lado e de outro, puxava-me os cabelos, batia-me na cabeça, batia-me nos olhos, apertou-me o nariz, tapou-me a boca e apertou-me o pescoço e outras coisas mais", contou à Lusa.
Entre os 4327 crimes registados pela APAV, houve 1658 casos de maus-tratos psíquicos, 1090 maus-tratos físicos, 698 ameaças, mas também 123 roubos ou duas violações.
* E estas bestas dizem ser seres humanos...
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