HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Embaixador do Iraque chega a acordo
.com família de jovem agredido
O
embaixador do Iraque e Rúben Cavaco chegaram a um acordo extrajudicial
que implica a não apresentação de queixa por parte da família do jovem.
Ainda
assim, o processo decorre autonomamente pelas mãos do Ministério
Público, já que o crime de homicídio na forma tentada é público, não
dependendo de queixa.
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Os filhos do embaixador só serão, no entanto, levados a tribunal caso seja levantada a imunidade diplomática.
Segundo
Santana Maia Leonardo, advogado de Rúben, o acordo extrajudicial foi
celebrado esta sexta-feira e com este desfecho o "caso fica encerrado"
para a família.
"A vítima considera-se
reparada do ponto de vista indemnizatório e moral", acrescentou o
advogado, sem, contudo, revelar o valor pago ao abrigo deste acordo
extrajudicial assinado por ambas as partes.
Apesar
de não revelar a verba financeira envolvida no acordo, Santana Maia
Leonardo sublinhou que se trata de um "valor justo", tendo em conta que
Rúben Cavaco vai recuperar a 100% e não ficará com "sequelas físicas" da
agressão perpetrada pelos filhos do embaixador iraquiano.
O
advogado da família do jovem de Ponte de Sor (distrito de Portalegre)
congratulou-se com este desfecho, tendo em consideração que a agressão
acabou por não ter um fim "trágico" e que foi possível obter o
entendimento entre "pessoas inteligentes".
A
propósito da agressão ao jovem de Ponte de Sor, Santana Maia Leonardo
esclareceu que a família de Rúben Cavaco não chegou a apresentar queixa,
tendo a ação sido avançada pelo Ministério Público porque se trata de
um crime público que não depende de queixa particular.
A
agressão aconteceu a 17 de agosto de 2016, quando Rúben Cavaco foi
espancado em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, pelos filhos do
embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O
jovem sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do
centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e
chegou mesmo a estar em coma induzido. Acabou por ter alta hospitalar no
início de setembro.
Os dois filhos do
embaixador têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena, e
o Governo português pediu ao Iraque, por duas vezes, o levantamento
desta imunidade, para que os jovens pudessem ser ouvidos em
interrogatório e na qualidade de arguidos sobre o caso das agressões.
Em ambas as vezes, as autoridades iraquianas "suscitaram questões jurídicas".
Na
última resposta enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE),
divulgada a 06 de janeiro deste ano, as autoridades iraquianas pediram
mais informações acerca da "factualidade e sobre as condições de
interrogatório de outras testemunhas".
Nesse
dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse
que o Governo português tinha dado por terminadas as comunicações com as
autoridades do Iraque sobre o caso e que o executivo iria tomar uma
decisão até ao final desta semana.
Ainda
nesse dia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter
recebido um pedido do MNE para que facultasse elementos adicionais que
permitissem ao Governo iraquiano deliberar sobre a agressão ao jovem.
Segundo
a PGR, a documentação recebida na ocasião seria remetida ao inquérito,
para que, nesse âmbito (da investigação), fosse objeto de apreciação
pelo Ministério Público.
* Que levais no regaço, não são rosas senhor, alvíssaras muito melhor.
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