HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Iraque suscitou "questões jurídicas"
.relacionadas com inquérito
As autoridades iraquianas "suscitaram questões jurídicas relacionadas com o processo de inquérito" relativo à agressão de um jovem em Ponte de Sor, de que dois filhos do embaixador do Iraque são suspeitos.
O executivo adianta, num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) divulgado esta sexta-feira, ter pedido esta manhã à Procuradoria-Geral da República (PGR) que, "se entender pertinente, faculte eventuais elementos adicionais que permitam ao Governo deliberar sobre este caso tendo em conta o estipulado na Convenção de Viena sobre relações diplomáticas".
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INIMPUTÁVEIS |
Os dois filhos do embaixador iraquiano em
Lisboa têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena, e o
Governo português pediu ao Iraque, por duas vezes, o levantamento desta
imunidade, para que os jovens possam ser ouvidos em interrogatório e na
qualidade de arguidos sobre o caso das agressões a Ruben Cavaco, em
agosto passado.
A nota de resposta das
autoridades iraquianas ao pedido do Governo português chegou ao MNE na
quinta-feira ao final da tarde, a poucas horas do fim do prazo dado por
Portugal.
"Nessa nota, aquelas
autoridades suscitam questões jurídicas relacionadas com o processo de
inquérito relativo aos incidentes de Ponte de Sor", lê-se no comunicado
divulgado pelo Palácio das Necessidades, que acrescenta que o MNE
remeteu a nota para a PGR.
Advogado de jovem agredido diz que "resta esperar"
O
advogado do jovem agredido em Ponte de Sor disse que "resta esperar"
que sejam esclarecidas às autoridades do Iraque as questões jurídicas
que suscitaram relacionadas com o processo de inquérito.
"Vamos
esperar pelo último dia do prazo, pelos vistos ainda não é agora, ainda
deverá haver esclarecimentos e, depois, ainda deverá ser dado mais um
prazo ao Iraque (...). Da nossa parte resta-nos esperar", disse
Santana-Maia Leonardo, advogado do jovem agredido, Rúben Cavaco, de 16
anos, em declarações à agência Lusa.
A 7
de dezembro, a PGR considerou imprescindível o levantamento da
imunidade diplomática dos dois jovens para que possam ser ouvidos pelas
autoridades judiciais e, nesse mesmo dia, o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos Silva, chamou o embaixador iraquiano e
renovou o pedido de levantamento de imunidade diplomática, dando então
um prazo de 20 dias úteis para uma resposta das autoridades iraquianos,
que expirava às 24 horas de quinta-feira.
Naquela
data, Santos Silva considerou que o Estado iraquiano tinha em sua posse
"todos os elementos necessários" para tomar "uma decisão final" sobre o
pedido.
No dia 13 de dezembro, os dois irmãos
iraquianos viajaram de avião para Istambul, sem que o Governo português
tivesse sido informado disso.
Em
resposta a um pedido de esclarecimento da diplomacia portuguesa, a
embaixada iraquiana afirmou, nesse dia, ter enviado uma comunicação para
o Palácio das Necessidades, mas o gabinete de Augusto Santos Silva
anunciou ter recebido no dia seguinte uma nota verbal a informar sobre a
ausência do país do embaixador e família entre os dias 14 de dezembro e
05 de janeiro.
A agressão aconteceu a
17 de agosto, quando o jovem Rúben Cavaco foi espancado em Ponte de Sor,
no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos do embaixador do
Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O
jovem sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do
centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa,
chegando mesmo a estar em coma induzido. O jovem acabou por ter alta
hospitalar no início de setembro.
* Cobardes agressores não podem ficar impunes??? Ai podem, podem.
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