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IN "DINHEIRO VIVO"
03/12/16
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CGD:
tempo, dinheiro e confiança
Agora que já há presidente, a história da CGD não fica por aqui
Os danos de imagem para a CGD estão por
apurar. Toda esta embrulhada relacionada com a administração do banco
público, tema de capa desta edição, mergulhou a instituição numa crise
de credibilidade.
Está também por apurar o impacto na confiança e na relação da CGD com os
clientes, sobretudo as empresas que há várias semanas se queixam da
indisponibilidade da CGD para responder às suas necessidades. O Dinheiro
Vivo sabe que as direções dentro do banco público têm estado
paralisadas, com destaque para a direção que trata da concessão de
crédito. No período de impasse antes da entrada de António Domingues e
durante todo este processo, do fica-não-fica desta administração, o
banco congelou.
Por muito competente que possa ser um
gestor, como Domingues, só por muita ingenuidade política se poderá ter
admitido, à partida, criar condições especiais, acima da lei ou ao
estilo fato à medida. Ao escolhê-lo para liderar um banco público,
exposto como este, as regras do jogo tinham de ser transparentes e
conhecidas por todos. Não é expectável que decisores ou gestores, com
tanta experiência acumulada, atuem de outra forma. E mesmo que todos os
protagonistas desta novela sejam íntegros e bem-intencionados, a imagem
que passa para o país, para o Banco Central Europeu e para as
instituições em Bruxelas é de uma embrulhada política.
António Costa, primeiro-ministro, tinha recusado com desdém as notícias,
como aquelas que o Dinheiro Vivo avançou em primeira mão, que davam
conta de um plano B para a CGD e no qual já constava o nome de Paulo
Macedo como o sucessor mais provável. Hoje o cenário é real e o Dinheiro
Vivo tinha razão em publicá-lo enquanto notícia.
Agora que já há presidente, a história da CGD não fica por aqui. Este é
um terramoto ainda com várias réplicas, até porque o governo acaba de
arranjar uma solução, que até pode resultar, e bem, mas não fica isento
de culpas. A avaliação política de todo este processo deve ser feita
dentro do executivo, sobretudo para que nada deste género se repita, em
prol da sanidade da banca, das empresas, dos contribuintes e dos
clientes.
IN "DINHEIRO VIVO"
03/12/16
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