HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Doentes trocam hospitais privados
por públicos a meio dos tratamentos
Regulador da
saúde já está a analisar. Doentes esgotam 'plafonds' dos seguros e
procuram Serviço Nacional de Saúde para concluir tratamentos prescritos
A
Entidade Reguladora da Saúde está a analisar casos de doentes de
estabelecimentos privados que chegam aos hospitais públicos, a meio de
tratamentos, por terem esgotado os 'plafonds' dos seguros, revelou hoje o
secretário de Estado da Saúde.
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Em entrevista hoje à rádio TSF, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, disse "estar preocupado" com a situação, salientando que os "doentes não podem ser prejudicados" e, prometendo "para breve regras que definam, com transparência e equidade, o acesso destes utentes que vêm do setor privado".
Em entrevista hoje à rádio TSF, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, disse "estar preocupado" com a situação, salientando que os "doentes não podem ser prejudicados" e, prometendo "para breve regras que definam, com transparência e equidade, o acesso destes utentes que vêm do setor privado".
"Estamos preocupados. Temos
estado atentos, através da entidade reguladora, que tem aqui funções e
responsabilidades muito específicas, e também temos de discutir com a
Ordem dos Médicos porque também aqui do lado dos médicos, (...) temos de
perceber qual é a informação que é dada aos doentes nalguns privados e o
grau de compromisso que é assumido, de modo a percebermos se a relação
médico/doente não está a ser colocada em causa nesta abordagem",
adiantou.
De acordo com Fernando
Araújo, todos os hospitais estão a ser confrontados com casos de doentes
que chegam a meio de tratamentos dos hospitais privados por terem
atingido os limites dos 'plafonds' dos seguros de saúde, nomeadamente em
casos de oncologia e outros relacionados com patologias com tratamentos
mais caros.
"É transversal a todos os
hospitais. Fala-se muito em oncologia, mas temos outras patologias com
terapêuticas mais dispendiosas. Temos de ter uma abordagem transversal
neste âmbito. O doente não pode ser o prejudicado. Se alguma coisa
correu mal neste processo temos que saber porquê, tentar reverter ou
impedir novos casos semelhantes, mas não podemos prejudicar o utente",
disse.
No entender de Fernando Araújo,
os utentes "terão prioridade dentro do nível de tratamento e dentro do
tempo que precisam para as diferentes etapas".
"Temos
de ter a clara abordagem e a clara informação sobre o que é referido ao
doente, o tipo de compromisso assumido, a responsabilidade e perceber
no âmbito global do SNS [Serviço Nacional de Saúde] como isto tem de ser
tratado com justiça, mas sobretudo com enorme transparência", disse.
Sobre o facto de existirem doentes a passar à frente de outros, o secretário de Estado diz que todos "estão a ser prejudicados".
"Prejudicam-nos
a todos a começar pelo doente que eventualmente poderá ter sido mal
informado aquando do início do tratamento, que tinha a perceção que ia
fazer um tratamento integrado em determinada instituição de saúde e
chega a meio e é informado de que não pode continuar lá e tem de ir para
outro médico, outra instituição.
No caso do doente com uma neoplasia essa sensibilidade e o impacto dessa informação por vezes é dramático", concluiu.
No caso do doente com uma neoplasia essa sensibilidade e o impacto dessa informação por vezes é dramático", concluiu.
* O negócio do "hospitel" é esmifrar, que se lixe o doente.
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