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"OBSERVADOR"
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Presidente da Proteção Civil demite-se
Francisco Grave Pereira pediu a demissão à ministra da Administração Interna após ser imputado de "violação do dever de zelo na forma" como geriu o processo de venda de seis helicópteros.
O major-general Francisco Grave Pereira, presidente da Autoridade
Nacional de Proteção Civil (ANPC), pediu a demissão do cargo. O pedido
foi feito à ministra da Administração Interna, Constança Urbano de
Sousa, que aceitou a sua demissão, esta segunda-feira.
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Grave
Pereira era o presidente da ANPC desde maio de 2014 e demitiu-se na
sequência das conclusões do relatório da Inspecção-Geral da
Administração Interna (IGAI) “que lhe imputa a violação do dever de zelo
na forma como a autoridade geriu o processo de transferência dos seis
helicópteros pesados Kamov” para a empresa privada Everjets que os está a
operar, de acordo com o jornal Público.
Segundo a IGAI, a Proteção Civil não acautelou os interesses do Estado no processo de transferência dos helicópteros.
O
inquérito levado a cabo pela IGAI foi instaurado em junho de 2015 por
ordem de Anabela Rodrigues, ministra da Administração Interna à altura.
As conclusões das investigações deviam ser entregues num prazo de 30
dias, mas o inquérito durou vários meses e só foi entregue há poucas
semanas ao Ministério.
O facto de Grave Pereira fazer parte do
Exército obrigou a que o processo tivesse de ser remetido para o
Ministério da Defesa, afirma o Público.
A ministra da
Administração Interna recusou-se a comentar na Proteção Civil, onde se
encontrava para o balanço operacional intercalar da Fase Charlie do
Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2016 relativo
ao mês de agosto.
Constança Urbano de Sousa afirmou que a Proteção
Civil “vai continuar o seu excelente trabalho que tem feito nesta época
de incêndios” e que ainda não foi encontrado um substituto para Grave
Pereira.
Demissão não vai interferir no combate aos fogos, diz o comandante operacional
O comandante nacional operacional da Proteção Civil, José Manuel
Moura, defendeu hoje que a demissão do presidente da Autoridade Nacional
da Proteção Civil (ANPC) não vai interferir no combate aos incêndios
florestais.
José Manuel Moura falava numa conferência de imprensa
na proteção Civil para o balanço operacional intercalar da Fase Charlie
do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2016
relativo ao mês de agosto, depois de ter sido conhecida a demissão do
presidente da ANPC, na sequência do inquérito aos problemas com os
helicópteros Kamov.
“Queremos acreditar que tudo vai decorrer como
estava determinado”, afirmou José Manuel Moura, sublinhando: “Temos o
dispositivo na rua e está motivado”.
* Não é só ele o responsável pelo combate deficiente aos incêndios.
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