26/04/2016

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HOJE NO 
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Colégio Militar não alcança
 "patamar de excelência"

O Colégio Militar não está a atingir um ensino de "excelência", o principal argumento usado para justificar a sua existência.

Perante esta situação, com reflexo nos resultados escolares, há já propostas para a intervenção do Ministério da Educação neste estabelecimento de ensino a cargo do Exército. O alerta consta de um relatório oficial a que o JN teve acesso sobre a reorganização dos Estabelecimentos Militares de Ensino (EME), que integram o Colégio Militar e o Instituto Pupilos do Exército.
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O documento, "6.º Relatório de Atividades (janeiro de 2015/setembro 2015)", foi elaborado em setembro do ano passado, pela Comissão Técnica de Acompanhamento da Reestruturação dos Estabelecimentos Militares de Ensino Não Superior, e constitui o último elemento de trabalho para avaliação do Colégio e dos Pupilos.

A avaliação faz críticas ao Colégio Militar, com a Comissão Técnica a considerar necessário "solicitar ao Ministério da Educação uma avaliação externa a desenvolver no ano letivo 2016-2017, que permitirá um olhar externo sobre a realidade educativa do colégio, designadamente sobre a prestação do serviço educativo e sobre os resultados escolares". E esta necessidade foi sentida na sequência de queixas dos pais dos alunos.

O relatório admite ser necessário "algum tempo de adaptação" à reestruturação necessária, mas destaca que "é de toda a importância atuar na melhoria dos resultados, de forma a transportar o Colégio Militar para os patamares de excelência esperados".

O presidente da Associação de Antigos Alunos do Colégio Militar, José Cordeiro de Araújo, vê "de forma positiva a intervenção de uma entidade externa, neste caso do Ministério da Educação. Até porque o Colégio Militar é um estabelecimento de ensino normal, não é, por exemplo, a Academia Militar, embora tenha enquadramento do Exército".

O Ministério da Educação surge então como "a melhor instituição para avaliar o porquê da falha nos resultados escolares. Tem o "know how" para isso", sustenta Cordeiro de Araújo, que foi até agosto do ano passado presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, fase em que teve de lidar diretamente com o problema dos resultados escolares.

"A necessidade de melhorar os resultados escolares une as associações dos Antigos Alunos e dos Pais e Encarregados de Educação. Queremos o melhor para o colégio, mas queremos também que a instituição volte ao topo dos rankings. E é preciso não esquecer que o Colégio Militar é um projeto educacional. Queremos também a melhor educação para os jovens que o frequentam".

O atual presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, João Quadros, manifesta opinião idêntica e destaca a necessidade de agir rapidamente: "A avaliação já podia ter sido este ano".

A pressa dos pais em ultrapassar os maus resultados não tem correspondência no Exército, para quem o Ministério da Defesa remeteu explicações sobre o assunto. O "Colégio e os Pupilos têm um projeto educativo por períodos de cinco anos, ao fim dos quais, se assim for tido como conveniente, ocorrerá uma atividade inspetiva ou avaliadora por uma entidade externa. Tal facto não invalida, porém, que o Exército promova e execute, anualmente, as avaliações que permitam a aferição das melhores condições pedagógicas e escolares a proporcionar aos alunos".

E quanto à data de 2016/2017 para uma avaliação externa, o Exército responde que uma vez que o Colégio e o Instituto estão na "fase de projeto educativo penta anual, o qual terminará em 2017, só nessa data o mecanismo avaliativo por uma entidade externa poderá ocorrer".

* Entretanto anda um sub-director da instituição preocupado com a orientação sexual de alguns alunos. Aguardamos que a "nata" dos oficiais que vociferaram contra o ministro, se pronunciem sobre a falta de qualidade de ensino no Colégio Militar.


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