HOJE NO
"OBSERVADOR"
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Como é que uma bactéria que come
. plástico pode salvar o planeta?
. plástico pode salvar o planeta?
Chama-se "Ideonella sakaiensis". E é uma bactéria que decompõe em seis semanas uma quantidade de plástico que a natureza demoraria cem anos a eliminar.
Um grupo de cientistas japoneses descobriu uma estirpe de bactéria
que consegue “comer” plástico.
Uma descoberta que pode contribuir para
resolver o problema galopante da poluição nos oceanos. Esta estirpe
consegue perfurar e consumir completamente umas das variedades mais
usadas de plástico, o politereftalato de etileno (PET), usualmente visto
em garrafas de bebida, cosméticos ou nos comuns produtos de limpeza
doméstica.
Os cientistas, num artigo publicado na revista Science desta sexta-feira, garantem que a Ideonella sakaiensis
(assim batizaram a bactéria) consegue decompor o politereftalato de
etileno (concretamente, uma folha fina deste material) em apenas seis
semanas, quando na natureza essa mesma quantidade de PET demoraria um
século a desaparecer por completo.
Embora não se preveja que as bactérias Ideonella sakaiensis
sejam utilizadas para reduzir a poluição por plástico nos próximos
tempos, é certamente uma boa notícia para o futuro. Uma notícia que
contrasta com outra,
anunciada no último Fórum Económico Mundial, em janeiro: um terço de
todas as embalagens de plástico escapa aos sistemas de recolha de lixo e
acaba na natureza.
Mas o alerta que foi feito em Davos, na Suíça,
é ainda mais alarmante. Em 2050, e como só 14% de todas as embalagens
de politereftalato de etileno (e outras variedades de plástico) são
recolhidas para reciclagem, haverá tanto plástico nos oceano (em peso)
quanto peixes. “O sistema atual de produção, de utilização e de abandono
de plásticos tem efeitos negativos significativos: entre 73 mil milhões
a 109 mil milhões de euros em embalagens de plásticos são perdidas
anualmente.
A par do custo financeiro, se nada mudar, os oceanos terão
mais plásticos do que peixes até 2050”, lê-se num comunicado do Fórum.
* E andamos todos contentes por nos estarmos a exterminar.
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