HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
INE:
Taxa de poupança das famílias
volta a bater mínimos
A taxa de poupança das famílias voltou a cair em 2015, atingindo os 4,2% no final do ano passado, o valor mais baixo desde pelo menos 1999, o primeiro ano para o qual há registo, segundo o INE.
Nas contas nacionais trimestrais por sector institucional relativas
ao último trimestre de 2015, hoje divulgadas, o Instituto Nacional de
Estatística (INE) indica que, no ano terminado no quarto trimestre do
ano passado, a taxa de poupança diminuiu para os 4,2% do rendimento
disponível, abaixo dos 4,4% registados nos 12 meses terminados em
Setembro.
.
Isto significa que se mantém "a tendência decrescente, embora a um
ritmo menor que em trimestres anteriores", segundo o INE, que indica
também que o rendimento disponível aumentou 0,5% em 2015, sobretudo
devido ao "acréscimo das remunerações", que subiram 0,5%.
Este aumento das remunerações, por seu lado, "foi sobretudo
determinado pelo comportamento das remunerações pagas pelas sociedades
não financeiras, que aumentaram 0,6% no quarto trimestre de 2015".
A capacidade de financiamento das famílias diminuiu para 0,8% do
Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, depois de se ter cifrado nos 1,6%
no ano terminado no trimestre anterior.
O INE adianta que, para este resultado, contribuiu sobretudo a
redução das transferências de capital recebidas e, em menor grau, a
diminuição em 4% da poupança".
Considerando todos os sectores, verifica-se que a capacidade de
financiamento da economia portuguesa foi de 1,1% do PIB no final de
2015, em linha com o observado nos 12 meses terminados em Setembro.
Numa análise desagregada por sector institucional, o INE refere que
"a necessidade de financiamento das administrações públicas aumentou 1,3
pontos percentuais, fixando-se em 4,4% do PIB", uma deterioração que se
deveu ao impacto da resolução do Banif, que teve um efeito de 1,4% do
PIB.
Já a capacidade de financiamento do sector das sociedades não
financeiras fixou-se em 0,6% do PIB em 2015, "o que correspondeu a mais
0,1 ponto percentual que no [ano terminado no] trimestre anterior", um
desempenho que se deveu ao aumento de 1,1% do valor acrescentado bruto,
que "mais que compensou os aumentos das remunerações pagas e dos
impostos sobre o rendimento (taxas de variação de 0,6% e 9,7%,
respectivamente)".
As sociedades não financeiras, por seu lado, apresentaram uma
capacidade de financiamento de 4,2% do PIB no final do ano passado, o
que compara com uma capacidade de financiamento de 2,2% nos 12 meses
concluídos em Setembro.
De acordo com o INE, este comportamento deveu-se a "dois efeitos
específicos, afectando negativamente o saldo deste sector em 2014 e
positivamente em 2015".
Por um lado, no quarto trimestre de 2014, "foram registadas
contribuições extraordinárias das sociedades financeiras para os fundos
de pensões, afectando negativamente o respectivo saldo", e por outro, no
último trimestre de 2015, "o saldo foi afectado pelo impacto da
operação de resolução do Banif (1,4% do PIB)".
* De Julho a Outubro de 2015 o governo já em coma, incentivou os portugueses a consumir, eis o resultado.
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