HOJE NO
"OBSERVADOR"
Banif.
Ou Banco de Portugal dá avaliação
ao caso BES ou deputados
fazem queixa à PGR
A opção estava em cima da mesa, mas mesmo assim, os deputados optaram
por dar uma última oportunidade ao Banco de Portugal para enviar à
Comissão de Inquérito ao Banif o relatório que andam a pedir desde a
comissão de inquérito ao BES. Caso Carlos Costa não envie à Assembleia o
relatório com a avaliação interna sobre a atuação da supervisão no caso
BES, os deputados vão fazer queixa à Procuradoria-Geral da República.
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A
decisão foi tomada esta tarde por unanimidade, durante uma reunião de
coordenadores da Comissão de Inquérito ao Banif, apurou o Observador. Em
causa está a entrega de um relatório interno do Banco de Portugal,
feito com o apoio da consultora Boston Consulting Group (BCG), que
avalia a atuação do supervisor no processo que conduziu à resolução do
Banco Espírito Santo (BES).
Aos jornalistas, no final da reunião, o presidente da comissão,
António Filipe, explicou que ficou mandatado a contactar as várias
entidades para dar uma espécie de carta de conforto, dizendo que a
comissão está sujeita à confidencialidade e por isso não há razão para
que não recebam
documentação essencial aos trabalhos, como o dito
relatório do BdP: “Vou entrar em contacto com
essas entidades para dar conta que é nosso entendimento que o segredo
profissional não nos é invocável. Existe, deve ser respeitado, mas não é
oponível à comissão”, explicou.
No prazo de dez
dias depois do contacto, António Filipe espera receber uma resposta
positiva e se não receber “há consequências caso isso não aconteça”,
disse.
Agora, o presidente da comissão de inquérito vai repetir o
pedido ao Banco de Portugal e se não obtiver resposta – ou se a resposta
for negativa como até aqui – segue uma queixa formal por desobediência qualificada,
apurou o Observador. Isto porque a comissão de inquérito tem
características diferentes de uma comissão normal, tem poderes de
investigação como as autoridades judiciárias, e pode pedir documentos ao
abrigo de confidencialidade.
Além desta auditoria, a comissão espera receber alguns documentos em falta de várias entidades até terça-feira.
Este
relatório já foi pedido por duas vezes pelo Parlamento. Da primeira
vez, aquando da comissão de inquérito ao BES, o Banco de Portugal
recusou enviar o documento invocando dever de segredo e proteção de
terceiros. Fez sair apenas as recomendações que eram dadas ao regulador
na sequência do relatório.
De acordo com o Jornal de Negócios,
este documento de 600 páginas aponta para falhas na supervisão do caso
BES que remontam aos mandatos de Vítor Constâncio à frente do Banco de
Portugal. A avaliação interna concluiu que existia informação sobre as
relações do banco com o Grupo Espírito Santo, maior acionista do BES, e
sobre as operações em Angola, que não foi utilizada pela supervisão do
regulador.
* O sr. Costa anda a juntar lenha para uma linda fogueira, será pirómano?
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