HOJE NO
"OBSERVADOR"
A Teoria da Relatividade de Einstein
. aplicada no dia a dia
Há 100 anos a teoria da relatividade de Einstein revolucionou a ciência e mudou as bases da física. Mas também explica o GPS, as televisões, a energia nuclear e muito mais coisas do quotidiano.
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Espaço e tempo. Um segundo que é um segundo. Um metro que é um metro,
seja aqui, seja em Júpiter. A 25 de novembro de 1915 Albert Einstein
apresentou, na Academia de Ciências, em Berlim, a fórmula que veio mudar
isso tudo: a Teoria Geral da Relatividade, que alterou os conceitos de
tempo e de espaço. A verdade é que ela não foi bem compreendida (ainda
não o é), contudo, há uma pergunta que se impõe. Mas para que é que ela
serve? Serve para compreender o universo, sim, mas também para chegar ao
destino certo através das coordenadas de GPS, por exemplo. E muito,
muito mais: coisas do dia a dia que talvez nem imagine.
Einstein apresentou há 100 anos o modelo que propunha explicar o
universo e todos os seus fenómenos. O físico e matemático argumentou que
o tempo e espaço não eram entidades rígidas e estáticas, mas que eram
entidades vivas. Definiu uma nova entidade, a curvatura espaço-tempo,
que podia ser distorcida de acordo com a velocidade e a gravidade e que,
quanto mais intensas fossem essas magnitudes, mais intensa poderia ser
essa deformação do espaço-tempo.
Parecia, na altura, uma teoria
com pouca utilidade, mas a verdade é que atualmente ela alcançou vários
planos práticos, em campos muito distintos. O ABC enumerou
algumas provas de que a Teoria da Relatividade tem mesmo importância no
quotidiano, explicadas por um investigador do Instituto de Física
Teórica do CSIC, José Luis Fernández Barbón.
O funcionamento do GPS
Atualmente qualquer smartphone tem um navegador GPS, mas é a Teoria da
Relatividade que pode explicar o seu funcionamento. A localização do
nosso GPS é calculada segundo o tempo de resposta entre os satélites que
orbitam a terra e os nossos dispositivos. Se o GPS não tivesse em conta
a relatividade do tempo, devido à velocidade dos satélites e à
distância a que o campo gravitacional está da Terra, os relógios
atómicos incorporados no GPS deixavam de estar calibrados, podendo
acumular vários erros sem que conseguíssemos chegar ao destino certo.
As televisões velhas
As televisões mais antigas utilizavam CRTS,
pequenos aceleradores de partículas que faziam com que os eletrões
fossem disparados em alta velocidade, na parte de trás do monitor. Caso a
Teoria da Relatividade não fosse levada em conta, os eletrões não
conseguiriam projetar os píxeis nas posições corretas.
O magnetismo
O especialista explica: “Qualquer coisa que tenha a ver com os campos
magnéticos é explicada por um efeito relativista. Estes campos foram já
descritos antes, mas depois percebeu-se que é a Relatividade que explica
o magnetismo na realidade “. Não é preciso ir longe, basta olhar para o
seu frigorífico carregado de ímanes.
Ouro à prova do tempo
José Luis Fernández Barbón esclareceu ainda que o ouro é praticamente “à
prova do tempo”, do desgaste e da oxidação, por causa das propriedades
dos seus átomos pesados, presentes também no mercúrio, cujos eletrões
estão muito próximos do núcleo e se movem muito rápido. Por isso já
sabe, a Teoria da Relatividade também explica o porquê do seu ouro
permanecer intacto.
Energia nuclear
“Qualquer coisa que tenha a ver com a energia nuclear, bombas atómicas,
reatores nucleares ou questões relacionadas com radioatividade, está
ligada à famosa equação de Einstein (E=mc2) “, revela o cientista
espanhol, que explica que todos esses processos envolvem mudanças
maciças nos núcleos, que por sua vez resultam de grandes mudanças de
energia.
* Einstein, um homem dos séculos que aí vêm!
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