HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Governo quer respostas da
comunidade antes das casas abrigo
para vítimas de violência
O Governo vai apostar em respostas comunitárias nos municípios, para
que as casas abrigo sejam a última resposta para vítimas de violência
doméstica, estando também a estudar a criação de um referencial para
planos municipais de igualdade.
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"Tem-se apostado muito nas casas abrigo. Mas, neste momento, temos
também de apostar numa comunidade activa e numa resposta comunitária",
disse hoje, em Coimbra, a secretária de Estado para a Cidadania e a
Igualdade, Catarina Marcelino, sublinhando que a casa abrigo tem de ser
"a última resposta" e não a primeira.
A aposta na comunidade terá de passar pela criação de respostas em
conjunto com câmaras municipais e organizações não-governamentais,
envolvendo todos os atores locais, referiu, indicando que o Governo já
começou a estabelecer protocolos com autarquias, num trabalho focado no
interior do país, "onde não há resposta para quem procura ajuda".
A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade informou que o
Governo vai também "lançar uma nova geração de planos municipais de
igualdade".
O Governo pretende que os planos sejam "intermunicipais", para que
possam ser "respostas não apenas para um concelho, mas de abrangência
territorial maior", explanou Catarina Marcelino, referindo que "a ideia é
agregar territórios que façam sentido" e tentar "encontrar respostas"
adequadas a essa região.
De momento, "os planos municipais [para a igualdade] são muito de
iniciativa do município, na sua conceção", e, apesar de o trabalho até
ao momento ser positivo, a secretária de Estado considerou que é
importante essa aposta num referencial, "que também ajuda à construção
dos planos", partindo sempre de "um diagnóstico da realidade".
Catarina Marcelino falava aos jornalistas à margem do seminário "E se
a escola do namoro formasse profissionais em violência?", organizado
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que decorreu
hoje de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.
Durante o seu discurso, este membro do executivo recordou que "a
grande maioria" dos agressores e vítimas de violência doméstica tem
cerca de 40 anos.
Face à verificação de que a maioria dos agressores e vítimas nasceram
ou cresceram em democracia, Catarina Marcelino alertou para o facto de a
sociedade e de a escola não terem sido "capazes de transmitir os
valores e alterar os comportamentos".
A secretária de Estado considerou que as escolas "são o melhor meio
para prevenir" uma violência "que tem género", recordando que o Governo
está a trabalhar para lançar um programa de cidadania nas escolas,
incorporando, nas diferentes disciplinas, "algumas questões que permitam
que os alunos adquiram" valores e competências sociais, para dizerem
não à violência.
"É importante que as raparigas tenham uma maior afirmação na sua
postura social, e os rapazes perceberem que não são só os seus desejos
físicos [que interessam]. Têm de ser pessoas que têm de controlar os
seus impulsos e olhar para a rapariga como igual e não como um objecto",
defendeu.
Questionada pela agência Lusa, Catarina Marcelino disse que o Governo
gostaria que o programa fosse integrado nas escolas, "no início do
próximo ano lectivo".
* Estamos de acordo com a sra. Secretária de Estado, mas carece de pragmatismo.
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