HOJE NO
"OBSERVADOR"
Banif.
Governo podia ter poupado até mil milhões?
É falso, dizem as Finanças
Ministério das Finanças diz que as notícias, atribuídas a fontes europeias, de que Portugal poderia ter poupado até mil milhões no Banif, são falsas. Dívida sénior valia apenas 169 milhões.
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O Ministério das Finanças veio desmentir notícias publicadas este
sábado, segundo as quais o governo português poderia ter poupado 500
milhões a mil milhões de euros no Banif se tivesse optado por uma
resolução com as novas regras europeias. Em causa estaria a adoção de
uma solução que imputasse perdas aos credores seniores do banco, de
acordo com fontes europeias citadas por órgãos de comunicação social com
correspondentes em Bruxelas.
Esta informação é falsa, já que a participação de dívida sénior na cobertura de prejuízos atingiria no máximo 169 milhões de euros e qualquer valor superior implicaria a perda de depósitos.”
Em comunicado, o Ministério das Finanças reafirma ainda a “convicção do Governo que uma tal solução poria em causa a confiança dos investidores e aforradores no sistema financeiro português, com consequências nefastas sobre a estabilidade financeira e o bem-estar dos portugueses.
Segundo
o ministério tutelado por Mário Centeno, a inclusão de dívida sénior no
perímetro de resolução “não contribuía para a preservação da
estabilidade financeira”. Par além de estarem em causa apenas 169
milhões de euros, “a participação de dívida sénior implicaria o bail-in
adicional de cerca de 200 milhões de euros de depósitos de emigrantes considerados como subordinados”.
A imputação de perdas aos credores seniores foi o recurso usado pelo Banco de Portugal para concluir a resolução do Novo Banco,
libertando o balanço da instituição de responsabilidades com o
pagamento dessa dívida de quase dois mil milhões de euros. Esta solução
já foi publicamente criticada pelo governo e tem sido duramente atacada
pelos investidores internacionais.
Voltando ao Banif, o ministério
das Finanças conclui que “tal situação destruiria poupanças de uma vida
de quem as confiou ao sistema financeiro português, acreditando na sua
solidez.” O governo optou assim por proteger dívida sénior e os
depósitos, imputando perdas a toda a dívida subordinada disponível no
Banif para financiar a resolução do banco.
As Finanças reafirmam o
objetivo “preservar a estabilidade financeira e a manutenção das
condições de financiamento da economia portuguesa” e sublinha novamente
que “este processo decorreu sob condições extremamente difíceis,
dada a existência de ajuda de Estado não autorizada (pela Comissão
Europeia) e o pouco tempo disponível (permitido pelo Banco Central
Europeu) para encontrar uma solução que protegesse as poupanças e a
confiança no sistema financeiro português.
* Esclarecendo e rebatendo a desinformação, este governo ainda tem o benefício da dúvida.
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