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"PÚBLICO"
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Candidata favorável à independência
. ganhou presidenciais em Taiwan
A grande favorita à vitória das presidenciais em Taiwan, Tsai
Ing-wen, ganhou as eleições com quase 60% dos votos, frente a Eric Chu
(31%). Assim sendo, chega ao poder o “sinocéptico” Partido Democrata
Progressista (PDP), de centro-esquerda, e passa para a oposição o
Kuomintang (KMT), partido conservador que nos últimos anos de poder
tinha vindo a ensaiar uma aproximação à China.
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Eric Chu já admitiu
a derrota, pediu perdão aos seus apoiantes e demitiu-se da liderança do
partido. “Felicito Tsai e o PDP pela sua vitória, que é também uma
responsabilidade nos seus ombros e espero que levem a República da China
e Taiwan a um futuro melhor.”
Aquela que será a nova Presidente
da ilha prometeu manter a relação actual com a China, que considera
Taiwan como parte do seu território. Mas as desconfianças de Pequim em relação a Tsai Ing-wen são muitas.
Nos
últimos oito anos, o Governo de Taipé apostou numa política pragmática
de pacificação com a China. Os esforços de aproximação do Presidente
cessante, Ma Ying-jeou, do KMT, resultaram em mais de 20 acordos,
sobretudo comerciais, com Pequim. O culminar deste processo de
pacificação foi o encontro histórico de Novembro de 2015 entre os líderes dos dois lados do estreito da Formosa, Ma e Xi Jinping.
Mas
aquilo que poderia ter jogado a favor de Eric Chu acabou por beneficiar
o PDP, já que a maioria da população de Taiwan não vê com bons olhos
esta perigosa “anexação económica” por parte da China e teme perder a
sua sólida e vigorosa cultura democrática. Durante a campanha, a
candidata do PDP teve todos os cuidados, limitando-se a dizer que irá
continuar a respeitar o status quo entre os dois rivais.
No
seu discurso de vitória, Tsai prometeu trabalhar “para manter a paz e a
estabilidade” nas relações com a China. “Devemos garantir que não
haverá nenhuma provocação ou incidente”, acrescentou a futura
Presidente.
Horas mais tarde, em declarações aos
jornalistas Tsai Ing-wen deixou um aviso a Pequim. “O nosso sistema
democrático, a nossa identidade nacional e a nossa integridade
territorial devem ser respeitados. Qualquer forma de violação afectará
as relações entre os dois lados do estreito.”
Pela primeira vez
depois da sua fundação em 1949 pelos nacionalistas de Tchang Kai-chek
que fundaram a República da China (nome oficial do território) Taiwan,
com os seus 23 milhões de habitantes, será dirigida por uma mulher que,
sublinha o Libération, não é filha de, viúva de, nem mulher de,
distinguindo-se assim da birmanesa Aung San Suu Kyi, da sul-coreana
Park Geun-hye, da indiana Sonia Gandhi ou da norte-americana Hillary
Clinton.
* Tchang Kai-chek era um bárbaro assassino mas o povo de Taiwan optou pela via do voto universal e mantém a decisão de manter boas relações com a China, dada a proximidade, mas suficientemente afastado e independente. Recorde-se que a feroz ditadura chinesa conseguiu expulsar Taiwan da ONU e o Ocidente submisso aceitou.
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