HOJE NO
"OBSERVADOR"
António Costa:
TAP volta para o Estado,
com ou sem acordo
Um dia depois do primeiro contacto formal com o consórcio dono da
TAP, o primeiro-ministro estica a corda e marca das linhas vermelhas: a
maioria do capital da companhia aérea volta para o domínio do Estado,
com ou sem acordo.
.
Em Bruxelas, António Costa, afirmou que o Estado
retomará a maioria do capital da transportadora aérea TAP mesmo que as
negociações não cheguem a bom porto.
Em conferência de imprensa,
António Costa referiu que a negociação tem continuado e espera que
cheguem a um acordo, mas que caso isso não aconteça, “o Estado retomará
51%”. “Estou certo que será feito por acordo e que independentemente de
declarações, o resultado final será a contento de todas as partes”,
disse.
Mas acrescentou um recado direto aos compradores:
A execução do programa do Governo não depende da vontade de particulares que resolveram assinar um contrato com o Estado português em situações precárias. Visto que estavam a assinar com um governo que tinha sido demitido na véspera”.
O ministro do Planeamento e da
Indústria, Pedro Marques, teve esta quinta-feira à tarde uma reunião com
David Neeleman e Humberto Pedrosa, os sócios da Gateway, que venceu a
privatização da TAP ainda com o anterior Governo. À saída, aos jornalistas,
os dois parceiros contaram que não lhes foi apresentada uma proposta
formal por parte do Executivo, mas que mesmo quando o for, não abdicam
do contrato que têm em mãos.
O ministro do Planeamento não terá
feito uma proposta final e formal. David Neeleman contou aos jornalistas
que “vai cumprir o contrato” que assinaram e que esse contrato já tem
“muitas restrições”. “Assinámos o contrato com muitas restrições, há
quem fale da situação dos terrenos, estamos a fazer o que temos de fazer
para ter dinheiro para que a TAP se salve. Assinámos um acordo que não
podíamos tirar um cêntimo de lucro até que a dívida esteja paga. Estamos
a investir muito para salvar a empresa”, disse.
A Gateway já terá
aplicado 180 milhões de euros de uma recapitalização prevista da TAP
para resolver questões urgentes de tesouraria. Os novos acionistas, que
mantiveram Fernando Pinto na liderança da companhia, lançaram também o
processo de encomenda de novos aviões.
Em entrevista à TVI esta
quinta-feira à noite, David Neeleman justificou o investimento na TAP:
“Tivemos de fazer tudo muito rápido, porque a TAP não tinha dinheiro nem
para salários e devia 80 milhões de euros a fornecedores”. Já durante a
tarde, o empresário norte-americano tinha falado desse investimento
rematando na altura que já tinha feito mais “em 15 dias do que tinha
sido feito em 15 anos”.
* Apreciamos a determinação de António Costa que não se intimida com Bruxelas, o anterior primeiro-ministro já ia de cócoras no avião.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário