19/12/2015

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HOJE NO
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Silva Carvalho compromete vários
. ex-responsáveis das secretas

Ex-espião também diz que na actuação dos serviços havia “coisas mais graves” que o acesso ilegal a dados.

O ex-espião Jorge Silva Carvalho garantiu ontem, em tribunal, que o recurso a meios ilegais para obtenção de informação era prática recorrente nos mandatos de vários ex-dirigentes. E apontou alguns nomes: Rui Pereira, Daniel Sanches, Antero Luís, Margarida Blasco e António Teles Pereira.
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Até agora, a estratégia da defesa tinha passado por implicar o actual secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, nas suspeitas de que o próprio Silva Carvalho é alvo.

Silva Carvalho já tinha admitido que “90% do modus operandi dos serviços de informações é ilegal”, implicando o actual secretário-geral das secretas nessas práticas – apesar de, segundo o próprio, esses métodos serem mais frequentes no ramo interno dos serviços de informação (os Serviços de Informações de Segurança – SIS).

Ontem, foi muito mais longe, ao garantir em tribunal que esse modus operandi foi uma constante nos mandatos de vários responsáveis que dirigiram as secretas desde que o ex-espião assumiu funções, no início da década de 90. “Houve muito pensamento feito sobre isso”, referiu Silva Carvalho, apontando, um por um, os vários dirigentes, da magistratura judicial ao Ministério Público, que terão tido conhecimento dessas ilegalidades sem nunca ter actuado.

O ex-espião nomeou Rui Pereira, ex-ministro da Administração Interna do PS, os juízes Margarida Blasco, Antero Luís e António Teles Pereira (este último, eleito pelo parlamento em Julho para o Tribunal Constitucional) e também o procurador Daniel Sanches (que também foi ministro da Administração Interna de Santana Lopes e director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal).

Silva Carvalho disse ainda – sem concretizar – que “havia coisas mais graves” que o acesso ilegal a registos telefónicos dos cidadãos e que isso era habitual nos serviços.

E, mais uma vez, comprometeu directamente o secretário-geral do SIRP, ao dizer que Júlio Pereira aprovou a aplicação no SIED de um manual para as secretas onde se prevêem procedimentos ilegais para a obtenção de informações.

Recorde-se que o ex-espião está a ser julgado pelos crimes de violação de segredo de Estado, acesso indevido a dados pessoais e abuso de poder.

* Zangam-se as comadres descobrem-se as verdades.

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