HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Empresa de médicos levantou suspeitas
Clínico assume que poderá ter trabalhado doente para colmatar faltas em zonas carenciadas.
Uma empresa que fornecia médicos para centros de saúde e hospitais esteve na origem do processo de investigação que levou à acusação de cinco clínicos por uso e passagem de atestado falso, que começaram ontem a ser julgados no Tribunal de Portimão.
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Durante a primeira sessão de julgamento, os cinco médicos aceitaram falar perante o coletivo de juízas. "Sempre que pedi atestado estava mesmo doente. Se fui trabalhar doente foi para colmatar faltas em zonas carenciadas", explicou Diogo Bettencourt Barcelos, acusado pelo Ministério Público de pedir atestados médicos a colegas para justificar faltas no Centro de Saúde de Albufeira, em dias em que o seu nome estava em escalas de vários centros de saúde e hospitais no Alentejo. "A nível administrativo sou um zero. Poderá ter sido um colega que foi no meu lugar em nome da empresa", justificou o clínico, que alega que alguém poderá ter usado a sua identificação para entrar nos sistemas informáticos das unidades de saúde.
A Administração Regional de Saúde do Algarve abriu um inquérito para averiguar as suspeitas referentes à empresa gerida por Diogo Barcelos. "Fui mandatado para fazer um inquérito mas não encontrei factos que comprovassem que era ele que estava a trabalhar noutros locais, nem que houve má-fé ao serem passados os atestados pelos colegas", explicou José Geraldes Simões, que esteve na direção do Centro de Saúde de Albufeira. A denúncia chegou depois à Polícia Judiciária que investigou as suspeitas.
Os quatro colegas que passaram atestados considerados falsos e que também estão a ser julgados confirmaram que o clínico sofria com dores permanentes devido a "hérnias cervicais e lombares" e tinha problemas de "ansiedade e depressão".
* Porque é que as ARS's estabelecem contratos com empresas sem qualquer fiabilidade e algumas com procedimentos negreiros.
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