16/12/2015

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HOJE NO
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Arnaldo Matos defende Estado Islâmico
 e ataca imperialismo moribundo

Arnaldo Matos regressou em força ao MRPP e já colocou o partido ao lado do Estado Islâmico. Num editorial do Luta Popular crítico da tomada de posição do Partido Comunista de França, Arnaldo Matos afirma que os atentados de Paris foram “um acto legítimo de guerra” e que foram cometidos por “combatentes dos povos explorados e oprimidos pelo imperialismo, nomeadamente francês”.
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Regista o homem que esteve três décadas em silêncio e regressou ao MRPP para afastar Garcia Pereira: “Foi praticado por franceses, nascidos em França, vivendo em São Dinis e noutros bairros do Paris suburbano”.

No editorial, Arnaldo Matos que, quando liderou o MRPP era conhecido como “o grande educador da classe operária”, escreve: “Não é o islamismo, mas o imperialismo a causa real, verdadeira e única do ataque a Paris. Agora os franceses já sabem que a guerra de rapina movida pelo imperialismo francês em África e no Oriente Médio tem como consequência inevitável a generalização da guerra à própria França, à capital desse mesmo imperialismo moribundo”.

Arnaldo Matos afirma que as posições do partido comunista de França, que condenam o terror, são “um ultraje à teoria revolucionária” e “um insulto à memória histórica e ao internacionalismo da heróica classe operária francesa, a quem devemos a gloriosa Comuna de Paris, a primeira ditadura do proletariado revolucionário”.

O histórico “grande educador da classe operária” conclui que “o cobarde e terrorista imperialismo francês, que conjuntamente com o imperialismo ianque, inglês, alemão e europeu em geral tem estado a massacrar os povos do Iraque, do Afeganistão, da Síria, da Líbia, do Chade, da Nigéria e do Mali durante os últimos vinte anos, não está impune e pode ser atacado no próprio covil em que se acoita e se consideraria seguro”.

Arnaldo Matos recusa considerar que o “terror” esteve na base dos ataques de Paris. “A lógica profunda do ataque a Paris não é o terror, não é o horror, não é a crueldade; a lógica é a lógica da guerra, dente por dente, olho por olho, até derrotar o inimigo. Terror, horror, crueldade são os ataques aéreos, de mísseis de cruzeiro, de artilharia, de drones, conduzidos pelo imperialismo, designadamente francês, sobre os homens, os velhos, as mulheres e as crianças das aldeias e das cidades de África e do Médio Oriente, para roubar-lhes o petróleo e as matérias-primas”.

Continua Arnaldo Matos: “Os atacantes de Paris nem chocolates roubaram: levaram a guerra aos franceses, apenas para acordá-los: para lembrar-lhes que o governo e as forças armadas do imperialismo francês estão, em nome da França e dos franceses que julgam ter o direito de se poderem divertir impunemente no Bataclan, a matar, a massacrar, a aterrorizar com crueldade inenarrável os povos do mundo”.

O PCTP/MRPP, fundado em 1970, era dirigido há longos anos pelo advogado António Garcia Pereira. A seguir às legislativas, Arnaldo Matos afastou Garcia Pereira e os dirigentes mais próximos do líder - a “corrente liquidacionista do partido”, segundo as palavras de Arnaldo.

“Sob a direcção bicéfala de dois reaccionários anticomunistas como Conceição Franco e Garcia Pereira, o nosso partido e a classe operária portuguesa foram totalmente desligados da teoria revolucionária, cortados do sangue vivificador do marxismo-leninismo”, escreveu Arnaldo Matos também em editorial do “Luta Popular”.

Arnaldo Matos fez violentíssimas críticas a Garcia Pereira, e também à família do ex-líder do PCTP-MRPP. Uma das acusações era participar em programas de televisão.

“Durante três longos anos, os operários puderam - ou teriam podido, se para tanto tivessem tido paciência - ouvir o papagaio Garcia Pereira, semanalmente, na estação televisiva do jornal Económico, dar conselhos à classe dominante para sair da crise onde se atolava, mas nunca o ouviram pronunciar uma única palavra sobre a revolução proletária, sobre a luta pela sociedade comunista, sobre os princípios fundamentais do marxismo-leninismo, sobre a organização dos trabalhadores para derrubarem o capitalismo”. Mas os pecados de Garcia Pereira à frente do MRPP eram, segundo Arnaldo Matos, imensos: “O programa mínimo do Partido era transformado num programa político minúsculo, pequeno-burguês, assexuado e reaccionário”.

“Garcia Pereira teve por longo tempo ao seu alcance uma tribuna televisiva a partir da qual poderia ter desferido ataques demolidores ao governo de traição nacional PSD/CDS ou de se lhe opor com a divulgação da teoria da revolução e da ideologia comunista, mas preferiu sempre limitar-se a comentar amavelmente as perguntas capciosas dos locutores de serviço, em vez de se apresentar como um dirigente comunista de um partido revolucionário proletário, o que obviamente seria exigir-lhe demais, pois Garcia Pereira, tal como o seu par Conceição Franco, não é nem nunca foi esse dirigente comunista revolucionário”, conclui Arnaldo Matos.

* Os extremistas são perigosos, principalmente os apatetados que hibernaram durante trinta anos.

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