03/11/2015

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HOJE NO
"JORNAL  DE NEGÓCIOS"
Venda da Groundforce leva
 Fernando Pinto à PJ

A venda de 50,1% da Groundforce à Urbanos em 2012 justificou que o presidente da TAP fosse ouvido na PJ na qualidade de testemunha, na mesma altura em que a Urbanos procura travar a privatização da empresa.
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O presidente da TAP está a ser ouvido pela Polícia Judiciária (PJ), avança a RTP e a TVI. O Negócios confirmou que Fernando Pinto está a ser escutado pelas autoridades como testemunha no caso da privatização da Groundforce, empresa que presta serviços de "handling" nos aeroportos nacionais, e que a audiência já estava marcada desde a semana passada. A investigação é consequência de uma denúncia anónima que terá chegado ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

Ao Negócios, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que Fernando Pinto foi ouvido como testemunha, no âmbito de um inquérito que corre no DIAP de Lisboa. A investigação, acrescentou ainda, está delegada na Polícia Judiciária e está em segredo de justiça.

A investigação é consequência de uma denúncia anónima relacionada com a empresa de "handling", razão suficiente para que haja lugar a uma investigação.

Contactado pelo Negócios, o grupo Urbanos escusou-se a comentar estas investigações, assim como a notícia do Diário Económico, que esta terça-feira deu conta de que o grupo entregou  uma providência cautelar para travar a venda da companhia aérea.  Fonte oficial do Ministério da Economia confirmou ao Negócios ter recebido a providência cautelar, que está neste momento a ser analisada.  

Em 2012, o grupo Urbanos chegou a um acordo de princípio com a TAP para a compra de 50,1% do capital da empresa de assistência nos aeroportos Groundforce, acordo que foi oficializado um ano depois, quando o Ministério das Finanças deu autorização assim como a autoridade europeia de concorrência. No acordo ficou estabelecido que a Urbanos teria direito a comprar os 49,9% detidos pela TAP na Groundforce e que, caso não quisesse avançar para a aquisição de 100% do "handling", teria de abdicar da participação maioritária que controla.

Em Maio de 2012, Alfredo Casimiro, presidente do Grupo Urbanos, anunciou a sua disposição para adquirir a participação da TAP, tendo o governo "tomado boa nota" dessa intenção, mas nada decidido até ao momento. Segundo o Diário Económico, o Urbanos entregou ontem uma providência cautelar para travar o processo de venda da TAP, receando que esta operação ponha em causa a sua opção de compra sobre a Groundforce. Contactado pelo Negócios, fonte oficial do grupo Urbanos não quis comentar a eventual entrega da providência cautelar nem o inquérito a decorrer na PJ.

Fernando Pinto foi contratado em 2000 à época do governo de António Guterres, tendo vindo do Brasil com a intenção de privatizar a TAP, processo que ainda não foi concluído. Neste meio tempo, o gestor comprou a Portugália, vendeu a Yes (actual White), comprou a TAP Manutenção & Engenharia Brasil (Ex-Vem), privatizou, comprou e voltou a vender a maioria de capital da Groundforce (ex-SPdH).

* Em Portugal não é costume fazerem-se vendas, privatizações ou grandes negócios de falências de maneira transparente, há sempre providências.


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