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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Venda da Groundforce leva
Fernando Pinto à PJ
A venda de 50,1% da Groundforce à Urbanos em 2012
justificou que o presidente da TAP fosse ouvido na PJ na qualidade de
testemunha, na mesma altura em que a Urbanos procura travar a
privatização da empresa.
O presidente da TAP está a ser ouvido
pela Polícia Judiciária (PJ), avança a RTP e a TVI. O Negócios confirmou
que Fernando Pinto está a ser escutado pelas autoridades como
testemunha no caso da privatização da Groundforce, empresa que presta
serviços de "handling" nos aeroportos nacionais, e que a audiência já
estava marcada desde a semana passada. A investigação é consequência de
uma denúncia anónima que terá chegado ao Departamento Central de
Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Ao Negócios, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou
que Fernando Pinto foi ouvido como testemunha, no âmbito de um inquérito
que corre no DIAP de Lisboa. A investigação, acrescentou ainda, está
delegada na Polícia Judiciária e está em segredo de justiça.
A investigação é consequência de uma denúncia anónima
relacionada com a empresa de "handling", razão suficiente para que haja
lugar a uma investigação.
Contactado pelo Negócios, o grupo Urbanos escusou-se a comentar
estas investigações, assim como a notícia do Diário Económico, que esta
terça-feira deu conta de que o grupo entregou uma providência cautelar
para travar a venda da companhia aérea. Fonte oficial do Ministério da
Economia confirmou ao Negócios ter recebido a providência cautelar, que
está neste momento a ser analisada.
Em 2012, o grupo Urbanos chegou a um acordo de princípio com a
TAP para a compra de 50,1% do capital da empresa de assistência nos
aeroportos Groundforce, acordo que foi oficializado um ano depois,
quando o Ministério das Finanças deu autorização assim como a autoridade
europeia de concorrência. No acordo ficou estabelecido que a Urbanos
teria direito a comprar os 49,9% detidos pela TAP na Groundforce e que,
caso não quisesse avançar para a aquisição de 100% do "handling", teria
de abdicar da participação maioritária que controla.
Em Maio de 2012, Alfredo Casimiro, presidente do Grupo
Urbanos, anunciou a sua disposição para adquirir a participação da TAP,
tendo o governo "tomado boa nota" dessa intenção, mas nada decidido até
ao momento. Segundo o Diário Económico, o Urbanos entregou ontem uma
providência cautelar para travar o processo de venda da TAP, receando
que esta operação ponha em causa a sua opção de compra sobre a
Groundforce. Contactado pelo Negócios, fonte oficial do grupo Urbanos
não quis comentar a eventual entrega da providência cautelar nem o
inquérito a decorrer na PJ.
Fernando Pinto foi contratado em 2000 à época do governo de António
Guterres, tendo vindo do Brasil com a intenção de privatizar a
TAP, processo que ainda não foi concluído. Neste meio tempo, o gestor
comprou a Portugália, vendeu a Yes (actual White), comprou a TAP
Manutenção & Engenharia Brasil (Ex-Vem), privatizou, comprou e
voltou a vender a maioria de capital da Groundforce (ex-SPdH).
* Em Portugal não é costume fazerem-se vendas, privatizações ou grandes negócios de falências de maneira transparente, há sempre providências.
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