HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Crianças trancadas na despensa e
. amarradas para não gritarem
. amarradas para não gritarem
Ex-diretora técnica de um lar em Reguengos tratava os menores com violência e terá tido relações sexuais com um deles
Um
rapaz de 15 anos, potencial suicida, foi tratado com alegada
brutalidade pela ex-diretora técnica do Lar Nossa Senhora de Fátima, em
Reguengos de Monsaraz, a quem estava à guarda. Como castigo por ter
fugido do lar, foi fechado na despensa de 16 metros quadrados e uma
janela interior durante vários dias, obrigado a urinar para um copo, e
apenas saía do "buraco" algemado (o cativeiro durou de maio a julho de
2013).
Este é um dos episódios mais
impressionantes dos descritos no despacho de acusação do Ministério
Público (MP), a que o DN teve acesso, e que imputa vários crimes de
maus-tratos, sequestro e abusos à ex-diretora técnica daquele lar da
Misericórdia destinado ao acolhimento de crianças e jovens em perigo.
Vânia Pereira exerceu funções de março de 2008 até 15 de abril de 2015.
Com 35 anos, psicóloga, divorciada, está acusada também de ter abusado
sexualmente de um menor de 14 anos residente no lar.
Outra
alegada vítima do seu domínio foi uma rapariga de 12 anos, frágil e com
défice de atenção, que era amarrada de braços e pernas com lençóis e
amordaçada para não falar e gritar enquanto a diretora e as técnicas a
esbofeteavam na face, tendo sido ainda fechada numa arrecadação sem
janelas por dias inteiros.
São também
arguidos no processo a Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de
Monsaraz e o ex-provedor Manuel Galante, que respondem, por omissão, por
nove crimes de maus-tratos e três crimes de sequestro agravado; e ainda
seis funcionárias do lar. Os crimes foram cometidos ao longo de seis
anos, entre 2008 e 2014.
Ambiente à orfanato de Dickens
No
despacho de acusação descreve-se o ambiente de terror vivido no Lar
Nossa Senhora de Fátima, que remete para os orfanatos vitorianos nos
contos de Charles Dickens, com crianças a ser esbofeteadas, fechadas em
despensas durante dias, humilhadas, insultadas de "burros e deficientes"
e privadas de refeições como castigo.
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Vânia
Pereira, a diretora técnica, é, para o MP, a principal autora dos
crimes. Como agravante, teve ainda uma relação sexual e íntima com um
rapaz de 14 anos a partir de março de 2009. O adolescente, internado no
lar, sentia estar acima de qualquer punição e maltratava os outros. Terá
chegado a queimar outras crianças com cigarros, a exibir navalhas ou a
arremessar cadeiras contra o corpo de alguns menores.
Nenhuma das
técnicas o castigou por tais atos, sublinha a acusação. A diretora
técnica, por estar envolvida com o rapaz, protegia-o a ponto de lhe dar
dinheiro, oferecer telemóveis e peças de roupa ou até de o levar à praia
e a passear. Vânia Pereira apenas participou dos comportamentos do
rapaz depois deste se recusar a manter o relacionamento íntimo que
tinham.
Um relatório da inspeção do
Instituto da Segurança Social ao lar, em 19 de dezembro de 2012, avisou
que "não é possível garantir a segurança, mesmo a nível da integridade
física das crianças mais pequenas".
Ao
longo de seis anos, a diretora técnica revelou "uma insensibilidade,
impiedade e severidade crescentes"
(...). No livro de atas, numa reunião
em 2008, Vânia Pereira ordenou à equipa que tratasse os menores como
"pessoas doentes" devendo estes ser "empurrados para baixo do poder para
aprender quem mandava".
* Estamos no século XXI com uma Vânia Torquemada algoz da inquisição.????
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