02/10/2015

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HOJE NO
"i"

Made in Germany. 
Vários casos de fraude e corrupção
. que abalaram o mundo de negócios

O recente escândalo que abalou o grupo Volkswagen não é um caso único na Alemanha. A Siemens, a MAN, o Deutsche Bank e o Commerzbank são outras empresas que foram acusadas de fraude e tiveram de pagar multas milionárias.

O mais recente escândalo da Volkswagen não é uma novidade no mundo de negócios alemão. O fabricante não só pôs em causa a credibilidade da sua marca mas também a reputação da própria Alemanha. Mas enquanto o mundo ainda está a digerir a existência de 11 milhões de carros manipulados, é preciso ir mais atrás para ver que as empresas “made in Germany” muitas vezes falham na transparência e, em alguns casos, transpiram corrupção.
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SERIEDADE 
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A Siemens, empresa gigante de telecomunicações, foi obrigada a pagar uma multa de mil milhões de euros depois de ter sido provado que a empresa esteve envolvida em mais de 400 casos de suborno em vários países em 2008. Depois de longas negociações entre a empresa e as autoridades judiciais alemã e norte-americana, a Siemens foi condenada por subornar durante vários anos  membros dos governos de vários países em troca da aprovação dos mais variados projectos da empresa alemã. O preço total  deste caso de corrupção atingiu os 2500 milhões de euros, um valor que inclui todas as despesas, desde advogados e peritagens a impostos.

Ainda o país não tinha respirado de alívio e um ano depois foi a vez da fabricante de veículos pesada alemã MAN – actualmente uma subsidiaria do grupo Volkswagen – ter sido condenada a pagar uma multa de 150 milhões de euros depois de ter admitido que tinha pago subornos na Europa, África e Ásia para impulsionar as vendas de camiões.

A empresa foi também investigada por suspeita de fraude fiscal. Segundo o procurador-geral de Munique, Manfred Nötzel, os vendedores de camiões das filiais da MAN pagavam “comissões” que, em em parte, eram depositadas em contas de familiares ou amigos dos beneficiados. Só na Alemanha, entre 2002 e 2005, estes pagamentos terão atingido um milhão de euros, já nos outros países ultrapassaram os 15 milhões de euros. O suborno era feito em dinheiro vivo ou através de empresas de fachada com sede em Malta, nas Bahamas, Ilhas Virgens, Chipre, Londres e Nova Iorque.

O mais recente escândalo da Volkswagen não é uma novidade no mundo de negócios alemão. O fabricante não só pôs em causa a credibilidade da sua marca mas também a reputação da própria Alemanha. Mas enquanto o mundo ainda está a digerir a existência de 11 milhões de carros manipulados, é preciso ir mais atrás para ver que as empresas “made in Germany” muitas vezes falham na transparência e, em alguns casos, transpiram corrupção.

A Siemens, empresa gigante de telecomunicações, foi obrigada a pagar uma multa de mil milhões de euros depois de ter sido provado que a empresa esteve envolvida em mais de 400 casos de suborno em vários países em 2008. Depois de longas negociações entre a empresa e as autoridades judiciais alemã e norte-americana, a Siemens foi condenada por subornar durante vários anos  membros dos governos de vários países em troca da aprovação dos mais variados projectos da empresa alemã. O preço total  deste caso de corrupção atingiu os 2500 milhões de euros, um valor que inclui todas as despesas, desde advogados e peritagens a impostos.

Ainda o país não tinha respirado de alívio e um ano depois foi a vez da fabricante de veículos pesada alemã MAN – actualmente uma subsidiaria do grupo Volkswagen – ter sido condenada a pagar uma multa de 150 milhões de euros depois de ter admitido que tinha pago subornos na Europa, África e Ásia para impulsionar as vendas de camiões.

A empresa foi também investigada por suspeita de fraude fiscal. Segundo o procurador-geral de Munique, Manfred Nötzel, os vendedores de camiões das filiais da MAN pagavam “comissões” que, em em parte, eram depositadas em contas de familiares ou amigos dos beneficiados. Só na Alemanha, entre 2002 e 2005, estes pagamentos terão atingido um milhão de euros, já nos outros países ultrapassaram os 15 milhões de euros. O suborno era feito em dinheiro vivo ou através de empresas de fachada com sede em Malta, nas Bahamas, Ilhas Virgens, Chipre, Londres e Nova Iorque.

Sector financeiro 
Também as grandes instituições financeiras não escaparam a estes esquemas de corrupção. Exemplo disso é o caso do Deutsche Bank, um dos principais bancos alemães, que foi acusado e condenado a pagar uma multa de 2,3 mil milhões de euros aos Estados Unidos e Reino Unido por manipulação da taxa de juro. Esta polémica levou à demissão, em Junho passado, dos dois administradores da instituição financeira. John Cryan, antigo CFO do UBS, foi nomeado o novo CEO do Deutsche Bank, e 48 horas depois de chegar ao poder e com o objectivo de limpar a imagem da instituição financeira, a sede do Deutsche Bank, em Frankfurt, foi novamente alvo de buscas. Nessa altura, as autoridades alemãs procuravam indícios relacionados com as transacções de valores mobiliários dos clientes. As buscas estavam relacionadas com o banco privado alemão Sal que a instituição financeira tinha comprado em 2010.

A verdade é que este não é um caso isolado no mundo financeiro alemão. Um mês antes, o segundo maior banco do país, o Commerzbank, foi investigado pela procuradoria de Manhattan, por suspeitas de branqueamento de capital.

O banco foi obrigado a pagar uma multa de 1367 milhões de euros às autoridades americanas para encerrar as investigações sobre violações de embargos dos Estados Unidos ao Irão e Sudão.

Escândalos atingem política 
Estas situações de suborno e de fraude não são praticadas apenas pelo mundo empresarial e financeiro alemão. Vários especialistas garantem que, em 1949, quando o recém-criado Bundestag  tinha de  escolher a capital provisória do país, Bonn ou Frankfurt, vários deputados terão recebido cerca de 20 mil marcos para favorecer Bonn, a cidade que acabou por ser escolhida pelo chanceler Konrad Adenauer, tornando-se a capital provisória da Alemanha Ocidental.

A corrupção na Alemanha também acabou com a carreira política de vários líderes e sindicalistas alemães. Em 1983, o ministro-presidente do Estado Livre da Baviera, Max Streibl, foi obrigado a renunciar ao cargo depois de ter admitido que tinha “muitos amigos” em vários países do mundo. Um desse amigos era Burkhardt Grob, um empresário milionário que o convidou a passar férias no Brasil e, como agradecimento, o político da Baviera autorizou vários projectos bilionários de Grob.

No mesmo ano, foi a vez de Franz Steinkühler, então presidente do sindicato IG Metall, que usou informação privilegiada para investir na bolsa de Frankfurt. Steinkühle era membro do conselho de supervisão da Daimler Benz, Steinkühler e, como tal, soube por antecipação da operação de fusão da Mercedes Holding AG com a Mercedes Benz e comprou acções das empresa, o que lhe custou o cargo.

Também as grandes instituições financeiras não escaparam a estes esquemas de corrupção. Exemplo disso é o caso do Deutsche Bank, um dos principais bancos alemães, que foi acusado e condenado a pagar uma multa de 2,3 mil milhões de euros aos Estados Unidos e Reino Unido por manipulação da taxa de juro. Esta polémica levou à demissão, em Junho passado, dos dois administradores da instituição financeira. John Cryan, antigo CFO do UBS, foi nomeado o novo CEO do Deutsche Bank, e 48 horas depois de chegar ao poder e com o objectivo de limpar a imagem da instituição financeira, a sede do Deutsche Bank, em Frankfurt, foi novamente alvo de buscas.

Nessa altura, as autoridades alemãs procuravam indícios relacionados com as transacções de valores mobiliários dos clientes. As buscas estavam relacionadas com o banco privado alemão Sal que a instituição financeira tinha comprado em 2010.

A verdade é que este não é um caso isolado no mundo financeiro alemão. Um mês antes, o segundo maior banco do país, o Commerzbank, foi investigado pela procuradoria de Manhattan, por suspeitas de branqueamento de capital.

O banco foi obrigado a pagar uma multa de 1367 milhões de euros às autoridades americanas para encerrar as investigações sobre violações de embargos dos Estados Unidos ao Irão e Sudão.

Escândalos atingem política 
Estas situações de suborno e de fraude não são praticadas apenas pelo mundo empresarial e financeiro alemão. Vários especialistas garantem que, em 1949, quando o recém-criado Bundestag  tinha de  escolher a capital provisória do país, Bonn ou Frankfurt, vários deputados terão recebido cerca de 20 mil marcos para favorecer Bonn, a cidade que acabou por ser escolhida pelo chanceler Konrad Adenauer, tornando-se a capital provisória da Alemanha Ocidental.

A corrupção na Alemanha também acabou com a carreira política de vários líderes e sindicalistas alemães. Em 1983, o ministro-presidente do Estado Livre da Baviera, Max Streibl, foi obrigado a renunciar ao cargo depois de ter admitido que tinha “muitos amigos” em vários países do mundo. Um desse amigos era Burkhardt Grob, um empresário milionário que o convidou a passar férias no Brasil e, como agradecimento, o político da Baviera autorizou vários projectos bilionários de Grob.

No mesmo ano, foi a vez de Franz Steinkühler, então presidente do sindicato IG Metall, que usou informação privilegiada para investir na bolsa de Frankfurt. Steinkühle era membro do conselho de supervisão da Daimler Benz, Steinkühler e, como tal, soube por antecipação da operação de fusão da Mercedes Holding AG com a Mercedes Benz e comprou acções das empresa, o que lhe custou o cargo.

* Esta peça relata a investigação possível, mas há muita fraude blindada no país de Heil Schauble.

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