HOJE NO
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Made in Germany.
Vários casos de fraude e corrupção
. que abalaram o mundo de negócios
O recente escândalo que abalou o grupo Volkswagen
não é um caso único na Alemanha. A Siemens, a MAN, o Deutsche Bank e o
Commerzbank são outras empresas que foram acusadas de fraude e
tiveram de pagar multas milionárias.
O mais recente escândalo da Volkswagen não é uma
novidade no mundo de negócios alemão. O fabricante não só pôs em causa a
credibilidade da sua marca mas também a reputação da própria Alemanha.
Mas enquanto o mundo ainda está a digerir a existência de 11 milhões de
carros manipulados, é preciso ir mais atrás para ver que as empresas
“made in Germany” muitas vezes falham na transparência e, em alguns
casos, transpiram corrupção.
.
SERIEDADE
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A Siemens, empresa gigante de telecomunicações, foi obrigada a pagar
uma multa de mil milhões de euros depois de ter sido provado que a
empresa esteve envolvida em mais de 400 casos de suborno em vários
países em 2008. Depois de longas negociações entre a empresa e as
autoridades judiciais alemã e norte-americana, a Siemens foi condenada
por subornar durante vários anos membros dos governos de vários países
em troca da aprovação dos mais variados projectos da empresa alemã. O
preço total deste caso de corrupção atingiu os 2500 milhões de euros,
um valor que inclui todas as despesas, desde advogados e peritagens a
impostos.
Ainda o país não tinha respirado de alívio e um ano depois foi a vez
da fabricante de veículos pesada alemã MAN – actualmente uma subsidiaria
do grupo Volkswagen – ter sido condenada a pagar uma multa de 150
milhões de euros depois de ter admitido que tinha pago subornos na
Europa, África e Ásia para impulsionar as vendas de camiões.
A empresa foi também investigada por suspeita de fraude fiscal.
Segundo o procurador-geral de Munique, Manfred Nötzel, os vendedores de
camiões das filiais da MAN pagavam “comissões” que, em em parte, eram
depositadas em contas de familiares ou amigos dos beneficiados. Só na
Alemanha, entre 2002 e 2005, estes pagamentos terão atingido um milhão
de euros, já nos outros países ultrapassaram os 15 milhões de euros. O
suborno era feito em dinheiro vivo ou através de empresas de fachada com
sede em Malta, nas Bahamas, Ilhas Virgens, Chipre, Londres e Nova
Iorque.
O mais recente escândalo da Volkswagen não é uma novidade no mundo de
negócios alemão. O fabricante não só pôs em causa a credibilidade da
sua marca mas também a reputação da própria Alemanha. Mas enquanto o
mundo ainda está a digerir a existência de 11 milhões de carros
manipulados, é preciso ir mais atrás para ver que as empresas “made in
Germany” muitas vezes falham na transparência e, em alguns casos,
transpiram corrupção.
A Siemens, empresa gigante de telecomunicações, foi obrigada a pagar
uma multa de mil milhões de euros depois de ter sido provado que a
empresa esteve envolvida em mais de 400 casos de suborno em vários
países em 2008. Depois de longas negociações entre a empresa e as
autoridades judiciais alemã e norte-americana, a Siemens foi condenada
por subornar durante vários anos membros dos governos de vários países
em troca da aprovação dos mais variados projectos da empresa alemã. O
preço total deste caso de corrupção atingiu os 2500 milhões de euros,
um valor que inclui todas as despesas, desde advogados e peritagens a
impostos.
Ainda o país não tinha respirado de alívio e um ano depois foi a vez
da fabricante de veículos pesada alemã MAN – actualmente uma subsidiaria
do grupo Volkswagen – ter sido condenada a pagar uma multa de 150
milhões de euros depois de ter admitido que tinha pago subornos na
Europa, África e Ásia para impulsionar as vendas de camiões.
A empresa foi também investigada por suspeita de fraude fiscal.
Segundo o procurador-geral de Munique, Manfred Nötzel, os vendedores de
camiões das filiais da MAN pagavam “comissões” que, em em parte, eram
depositadas em contas de familiares ou amigos dos beneficiados. Só na
Alemanha, entre 2002 e 2005, estes pagamentos terão atingido um milhão
de euros, já nos outros países ultrapassaram os 15 milhões de euros. O
suborno era feito em dinheiro vivo ou através de empresas de fachada com
sede em Malta, nas Bahamas, Ilhas Virgens, Chipre, Londres e Nova
Iorque.
Sector financeiro
Também as grandes instituições
financeiras não escaparam a estes esquemas de corrupção. Exemplo disso é
o caso do Deutsche Bank, um dos principais bancos alemães, que foi
acusado e condenado a pagar uma multa de 2,3 mil milhões de euros aos
Estados Unidos e Reino Unido por manipulação da taxa de juro. Esta
polémica levou à demissão, em Junho passado, dos dois administradores da
instituição financeira. John Cryan, antigo CFO do UBS, foi nomeado o
novo CEO do Deutsche Bank, e 48 horas depois de chegar ao poder e com o
objectivo de limpar a imagem da instituição financeira, a sede do
Deutsche Bank, em Frankfurt, foi novamente alvo de buscas. Nessa altura,
as autoridades alemãs procuravam indícios relacionados com as
transacções de valores mobiliários dos clientes. As buscas estavam
relacionadas com o banco privado alemão Sal que a instituição financeira
tinha comprado em 2010.
A verdade é que este não é um caso isolado no mundo financeiro
alemão. Um mês antes, o segundo maior banco do país, o Commerzbank, foi
investigado pela procuradoria de Manhattan, por suspeitas de
branqueamento de capital.
O banco foi obrigado a pagar uma multa de 1367 milhões de euros às
autoridades americanas para encerrar as investigações sobre violações de
embargos dos Estados Unidos ao Irão e Sudão.
Escândalos atingem política
Estas situações de
suborno e de fraude não são praticadas apenas pelo mundo empresarial e
financeiro alemão. Vários especialistas garantem que, em 1949, quando o
recém-criado Bundestag tinha de escolher a capital provisória do país,
Bonn ou Frankfurt, vários deputados terão recebido cerca de 20 mil
marcos para favorecer Bonn, a cidade que acabou por ser escolhida pelo
chanceler Konrad Adenauer, tornando-se a capital provisória da Alemanha
Ocidental.
A corrupção na Alemanha também acabou com a carreira política de
vários líderes e sindicalistas alemães. Em 1983, o ministro-presidente
do Estado Livre da Baviera, Max Streibl, foi obrigado a renunciar ao
cargo depois de ter admitido que tinha “muitos amigos” em vários países
do mundo. Um desse amigos era Burkhardt Grob, um empresário milionário
que o convidou a passar férias no Brasil e, como agradecimento, o
político da Baviera autorizou vários projectos bilionários de Grob.
No mesmo ano, foi a vez de Franz Steinkühler, então presidente do
sindicato IG Metall, que usou informação privilegiada para investir na
bolsa de Frankfurt. Steinkühle era membro do conselho de supervisão da
Daimler Benz, Steinkühler e, como tal, soube por antecipação da operação
de fusão da Mercedes Holding AG com a Mercedes Benz e comprou acções
das empresa, o que lhe custou o cargo.
Também as grandes instituições financeiras não escaparam a estes
esquemas de corrupção. Exemplo disso é o caso do Deutsche Bank, um dos
principais bancos alemães, que foi acusado e condenado a pagar uma multa
de 2,3 mil milhões de euros aos Estados Unidos e Reino Unido por
manipulação da taxa de juro. Esta polémica levou à demissão, em Junho
passado, dos dois administradores da instituição financeira. John Cryan,
antigo CFO do UBS, foi nomeado o novo CEO do Deutsche Bank, e 48 horas
depois de chegar ao poder e com o objectivo de limpar a imagem da
instituição financeira, a sede do Deutsche Bank, em Frankfurt, foi
novamente alvo de buscas.
Nessa altura, as autoridades alemãs procuravam indícios relacionados
com as transacções de valores mobiliários dos clientes. As buscas
estavam relacionadas com o banco privado alemão Sal que a instituição
financeira tinha comprado em 2010.
A verdade é que este não é um caso isolado no mundo financeiro
alemão. Um mês antes, o segundo maior banco do país, o Commerzbank, foi
investigado pela procuradoria de Manhattan, por suspeitas de
branqueamento de capital.
O banco foi obrigado a pagar uma multa de 1367 milhões de euros às
autoridades americanas para encerrar as investigações sobre violações de
embargos dos Estados Unidos ao Irão e Sudão.
Escândalos atingem política
Estas situações de
suborno e de fraude não são praticadas apenas pelo mundo empresarial e
financeiro alemão. Vários especialistas garantem que, em 1949, quando o
recém-criado Bundestag tinha de escolher a capital provisória do país,
Bonn ou Frankfurt, vários deputados terão recebido cerca de 20 mil
marcos para favorecer Bonn, a cidade que acabou por ser escolhida pelo
chanceler Konrad Adenauer, tornando-se a capital provisória da Alemanha
Ocidental.
A corrupção na Alemanha também acabou com a carreira política de
vários líderes e sindicalistas alemães. Em 1983, o ministro-presidente
do Estado Livre da Baviera, Max Streibl, foi obrigado a renunciar ao
cargo depois de ter admitido que tinha “muitos amigos” em vários países
do mundo. Um desse amigos era Burkhardt Grob, um empresário milionário
que o convidou a passar férias no Brasil e, como agradecimento, o
político da Baviera autorizou vários projectos bilionários de Grob.
No mesmo ano, foi a vez de Franz Steinkühler, então presidente do
sindicato IG Metall, que usou informação privilegiada para investir na
bolsa de Frankfurt. Steinkühle era membro do conselho de supervisão da
Daimler Benz, Steinkühler e, como tal, soube por antecipação da operação
de fusão da Mercedes Holding AG com a Mercedes Benz e comprou acções
das empresa, o que lhe custou o cargo.
* Esta peça relata a investigação possível, mas há muita fraude blindada no país de Heil Schauble.
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