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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Secretas terão introduzido espião na PT
Júlio Pereira garante que Silva Carvalho nunca lhe falou sobre acesso a faturação detalhada do jornalista Nuno Simas
Júlio
Pereira, secretário-geral do Serviço de Informações da República
Portuguesa (SIRP), recusou responder à questão sobre a eventual
colocação de funcionários na PT. Depois de negar que o Serviço de
Informações coloca agentes nas empresas privadas, Júlio Pereira, não
quis responder à pergunta da defesa de Silva Carvalho: "Autorizou a
entrada de funcionários na PT?"
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"Não me
pronuncio sobre isso", disse ao advogado Nuno Morais Sarmento. O
secretário-geral do SIRP afirmou apenas que a PT não era uma empresa
privada e que tinha uma golden share.
Júlio
Pereira foi ouvido, como testemunha, no julgamento do chamado caso das
Secretas que envolveu, entre outras questões, o acesso indevido a dados
de tráfego/comunicações do jornalista Nuno Simas que, em agosto de 2010,
noticiou problemas internos no Serviços de Informações Estratégicas de
Defesa (SIED), então dirigido por Silva Carvalho, arguido neste
processo.
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O secretário-geral do SIRP,
afirmou em tribunal nunca ter tido acesso a faturação detalhada do
telemóvel do jornalista Nuno Simas. E garante que Jorge Silva Carvalho,
ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED),
nunca lhe falou sobre o acesso a faturação detalhada.
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Júlio
Pereira salientou que a "lei não permite que isso aconteça", observando
que "a única faturação detalhada a que teve acesso foi a de telemóveis
pagos pelos serviços" de informações, designadamente por causa de
despesas e custos.
O secretário-geral
do SIRP assegurou que, como estava de férias em agosto de 2010, só teve
conhecimento das notícias do então jornalista do Público muito tempo
depois, mas admitiu que as notícias em causa terão gerado "preocupação"
porque "há alguém de dentro dos serviços de informações a falar para o
exterior", quando existe a ideia que esses mesmos serviços devem estar
"blindados".
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Júlio Pereira declarou que
Silva Carvalho lhe comunicou "repentinamente" em novembro de 2010 que
ia abandonar a direção do SIED para fazer um doutoramento e que lhe
falou do convite da Ongoing, mas sem lhe comunicar que tencionava ir
trabalhar para a empresa dirigida por Nuno Vasconcellos.
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Em
resposta a perguntas da procuradora-geral adjunta Teresa Almeida, o
secretário-geral do SIRP assegurou que nunca teve "sinais" ou indícios
que que haveria qualquer "trade-off" (troca de favores) ou "parceria"
concertada entre Silva Carvalho e a Ongoing.
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Reconheceu
contudo que se uma empresa privada portuguesa pedisse informações às
secretas sobre segurança de investimento num determinado negócio no
estrangeiro era normal que fosse fornecida informações que protegessem o
interesse nacional, sobretudo quando envolvem recursos avultados.
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Noutro
capítulo, Júlio Pereira reconheceu que existem "manuais de
procedimentos" dos serviços de informação, admitindo que a sua
divulgação seria "altamente prejudicial" e "lesivo" dos interesses das
secretas, porque iria revelar aos "adversários" o seu modo de atuação.
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"Daí
serem documentos classificados", explicou, sem fazer comentários ao
alegado manual de procedimento das secretas que veio a lume na imprensa.
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Quanto
ao alegado pedido da Ongoing a Silva Carvalho sobre cidadãos russos que
iriam ser parceiros num negócio internacional, a testemunha admitiu que
seria normal a uma empresa pedir ajuda e informações, mas caso o
ex-diretor do SIED tencionasse ir trabalhar para a empresa de Nuno
Vasconcellos isso já não era admissível.
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Admitiu
ainda que o pedido de informações da Ongoing "não terá seguido os
procedimentos normais", nem obedecido às prioridades existentes nos
serviços.
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A inquirição deJúlio Pereira
esteve marcada para 17 de setembro, mas a testemunha esteve ausente por
motivos de saúde, tendo a juíza presidente do coletivo, Rosa Brandão,
marcado nova data para esta quinta-feira.
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Entre
os arguidos deste julgamento figura o ex-diretor do Serviço de
Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, o
ex-funcionário do SIED João Luís, o funcionário do Sistema de
Informações e Segurança (SIS) Nuno Dias, e a ex-operadora da Optimus
Gisela Teixeira.
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O caso, que envolve
ainda outras questões, tem ainda como arguido Nuno Vasconcelos,
presidente da Ongoing. A inquirição de Júlio Pereira é aguardada com
expectativa, após o arguido João Luís ter declarado em julgamento: "O
arguido até não devia ser eu, mas os Serviços de Informação".
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Acesso
ilegítimo a dados pessoais, abuso de poder, violação de segredo de
Estado e corrupção ativa e passiva para acto ilícito são crimes em causa
neste processo.
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Jorge Silva Carvalho
pediu o levantamento de Segredo de Estado a que estava vinculado, para
falar abertamente em sua defesa, mas o pedido foi recusado.
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* Todo este imbróglio porque há muita negociata pelo meio.
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