HOJE NO
"OBSERVADOR"
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Limiar da pobreza
Um em cada cinco trabalhadores portugueses no
Luxemburgo abaixodo limiar da pobreza
Luxemburgo abaixodo limiar da pobreza
Os trabalhadores portugueses no Luxemburgo são os mais expostos ao
risco de cair na miséria, com um quinto a ganhar menos que o limiar de
pobreza, segundo o último relatório “Coesão Social e Emprego”, do
instituto de Estatísticas.
De acordo com o instituto de
estatísticas do Luxemburgo (Statec), no ano passado 20,7% dos
trabalhadores portugueses viviam com menos de 1.716 euros por mês,
considerado o limiar da pobreza, num país onde as rendas podem
ultrapassar os mil euros.
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A taxa de risco de pobreza dos portugueses, calculada com base
em dados de 2014, diminuiu ligeiramente em relação ao ano anterior,
quando era de 22,1%, mas continua a ser superior ao risco da população
em geral (16,4%).
Esta ligeira diminuição “não tem relevância a
nível estatístico, continuando a representar um valor elevado”, explicou
à Lusa um dos responsáveis do relatório, Paul Zahlen, recordando que
desde 2012 a taxa de risco de pobreza dos portugueses tem sido superior a
20%.
O relatório indica que a maioria dos portugueses trabalha em
setores em que a mão-de-obra não é qualificada, auferindo por isso
salários mais baixos e estando mais expostos ao risco de pobreza.
Com
rendimentos médios de 1.989 euros por mês (contra 3.280 no caso dos
luxemburgueses), os portugueses têm mais dificuldades para chegar ao fim
do mês do que os imigrantes alemães no país (3.232 euros/mês),
franceses (3.031 euros), belgas (2.926 euros) e italianos (2.823 euros),
segundo dados do relatório.
Para o responsável do estudo, o risco
de cair em situação de pobreza depende “em grande parte” do custo da
habitação no Luxemburgo, um dos mais elevados da Europa.
“Sem resolver este problema, as pessoas com baixos rendimentos correm o risco de cair na pobreza”, disse.
Em
abril deste ano, o caso de uma família portuguesa a viver em condições
insalubres na capital luxemburguesa, denunciado pela televisão alemã
ZDF, levou dois deputados socialistas a questionar o Governo sobre a
escassez de habitação social no país.
A reportagem mostrava uma
mãe portuguesa com três filhos, a viver num apartamento com infiltrações
e bolores e apenas um quarto para os quatro, pelo qual a imigrante
pagava 850 euros por mês, um caso que os deputados consideraram um
exemplo “do problema de alojamento” no país.
Na altura, o deputado
Franz Fayot disse à Lusa que a reportagem se limitava a mostrar “uma
realidade que as estatísticas confirmam”.
“A situação de pobreza
em que vive parte da população estrangeira, sobretudo portuguesa e
maioritariamente em famílias monoparentais, é real, mas às vezes passa
ao lado dos políticos, porque afeta mais os estrangeiros do que os
luxemburgueses”, lamentou então o deputado do partido socialista
luxemburguês.
* O sr. Claude Junker, presidente da Comissão Europeia, devia ter vergonha de como o seu país trata cidadãos europeus, a maioria dos portugueses tem vergonha do governo que acabou funções e do que aí vem.
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