ESTA SEMANA NO
"OJE"
"OJE"
Escritórios virtuais e coworking.
. Flexibilidade e redução de custos
. Flexibilidade e redução de custos
ganham terreno
Portugal acompanha, a bom ritmo, a profunda mudança pela qual
está a passar o universo empresarial e que se traduz numa nova realidade
quer nos hábitos de trabalho, quer nas estruturas que alicerçam estas
empresas do futuro. E os grandes protagonistas são, na sua maioria, a
nova geração de empreendedores, mas também se destacam os profissionais
liberais que querem estar à altura das exigências a todos os níveis,
sempre de olhos no plano internacional, e que, impulsionados pelas novas
tecnologias, tudo fazem para não perder “a pedalada” desta grande
mudança.
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“Cada vez mais, os empreendedores e profissionais no geral procuram
ambientes de trabalho onde se conseguem concentrar, longe de distrações e
num ambiente profissional, preferencialmente uma one-stop shop, com
todos os serviços que necessitam incluídos. Assim, optam por ir para um
espaço de coworking, onde irão partilhar uma sala de escritório com
outros profissionais e onde para além do networking e inter-ajuda que
estes espaços partilhados permitem, têm acesso a serviços de receção,
atendimento telefónico, salas de reuniões, internet e telefone. Também
em franco crescimento estão os produtos de escritórios virtuais, em que o
cliente pode estar a trabalhar em casa, ou à distância e consegue
manter a morada do seu negócio onde pretende, bem como atendimento
telefónico personalizado para os seus próprios clientes. O crescimento
dos escritórios virtuais deve-se principalmente a serem uma solução de
custo reduzido, que permite posicionar o negócio numa ou mais moradas de
prestígio em Portugal ou em mais de 120 países, com um número de
telefone e atendimento no nome da sua empresa. Com escritórios virtuais,
qualquer empresa pode estabelecer uma presença rápida, permanente e a
custos reduzidos, nas principais cidades do mundo”, realça Jorge
Valdeira, country manager da Regus Portugal.
“Portugal está no bom caminho: no último Censo Mundial de Coworking, o
nosso país ocupava o 8º lugar no ranking dos países com mais espaços de
coworking per capita”, evidencia Carlos Gonçalves, CEO do Avila
Business Centers/Avila Coworking. Na sua opinião, a evolução deste novos
conceitos tem sido muito positiva, estimamos que nos últimos 3 anos
este mercado tenha tido uma evolução anual na ordem dos 20%. Carlos
Gonçalves aponta ainda que estes novos modelos de trabalho têm permitido
às empresas de grande e pequena dimensão trabalharem de forma mais
eficiente. Case studies internacionais, como a Google, Facebook ou
Starbucks têm inspirado outras empresas a adotarem este tipo de
soluções, tanto numa fase inicial do negócio, como no seu
desenvolvimento.
Sobre o futuro, e apesar de verificar que o escritório
virtual é sem dúvida um serviço em que se regista mais procura, até
porque tem um custo mais baixo, Carlos Gonçalves defende que o coworking
e o escritório virtual irão caminhar lado a lado “porque o profissional
que trabalha num espaço de coworking necessita cada vez mais de
soluções de mobilidade, e o escritório virtual, através do serviço de
secretariado à distância, cumpre essa necessidade”, conclui.
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Para Ana Redondo, global manager da LEAP Center, mobilidade e
flexibilidade tornaram-se verdadeiras palavras de ordem a nível nacional
mas no contexto internacional consubstanciam uma realidade
impressionante. Os números revelados na 26ª edição da Conferência Anual
da Global Workspace Association, realizada nos EUA, apontam para a
existência, em 2011, de cerca de 1 milhão de milhões de trabalhadores
móveis e estima-se que este número aumente para 1,3 milhões de milhões,
já em 2015”, frisa Ana Redondo. Em Portugal, considerando o “contexto
atual de recessão”, afirma que os dois modelos são bastante
requisitados: “os escritórios virtuais são escolhidos por muitos
profissionais como uma solução com um custo-benefício mais acessível,
pretendendo ganhar dimensão rapidamente e ter uma localização de
prestígio; consequentemente, o coworking é muito procurado por empresas
para estabelecer contactos na sua área de negócio e para resolver o
problema de isolamento do home Office”.
Família, solidão e co-criação… também pesam nas decisões
Em matéria de escritórios virtuais, José Carlos Nunes, administrador da
Globally Center, adianta que a evolução do mercado tem sido crescente e
constante, muito especialmente este ano de 2015. “Os últimos anos têm
servido para que trabalhadores autónomos e empresas racionalizem os seus
custos e procurem entre todas as opções aquela ou aquelas que possam
representar a melhor escolha custo/benefício. Para as empresas, e muito
especialmente as startups muitas vezes esta é a melhor forma de
trabalhar devido à falta de recursos”. Mas, em sua opinião, existem
outros fatores, para além dos económicos, que têm levado a que, cada vez
mais, os profissionais e as empresas escolham estas modalidades de
trabalho: “o poder trabalhar desde a comodidade do lar, conjugando vida
familiar e profissional, bem como o dispor da vantagem de separar a sua
direção pessoal da profissional, desta forma não é incomodado na sua
residência e dispõe de uma direção de prestígio para o seu negócio ou
atividade”.
Sara Praetere, CEO do Lisbon WorkHub junta ainda uma outra abordagem a
esta temática, distinguindo que enquanto os escritórios virtuais servem
profissionais liberais que passam muito do seu tempo a visitar
clientes, o espaço de coworking serve quem maioritariamente recebe os
clientes e/ou passa mais tempo útil à frente de um computador. Na sua
opinião, a tendência será a maioria acabar por optar por espaços de
cowork uma vez que as mensalidades são acessíveis e o investimento é
recuperado pelos contactos que se estabelecem.
E valoriza ainda um outro
fator importante nesta equação, particularmente no que aos portugueses
diz respeito, já que considera que têm uma maior necessidade de convívio
e partilha: “é algo cultural, portanto mais rapidamente procuram um
espaço de coworking onde possam integrar uma comunidade do que meramente
uma morada”. Certa de que as novas tecnologias, nomeadamente os
serviços cloud, permitem trabalhar em qualquer canto do mundo, numa
estação de comboios, num café ou até na praia, Sara Praetere não deixa
de questionar: “quem é que consegue realmente desenvolver um bom
trabalho nessas condições? Por mais virtuais e descomprometidos nos
queiramos tornar, existirá sempre a necessidade de nos sentarmos numa
postura confortável e num ambiente profissional para desenvolvermos um
projeto de modo eficiente”, conclui.
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Já Sónia Freches, fundadora e COO do IDEIAhub, fala-nos de uma “nova
era” do trabalho e da forma de o executar, “onde a colaboração e
co-criação são uma obrigatoriedade para qualquer profissional, exigindo
que os escritórios se transformem em locais de encontro, onde se possa
fazer uma pausa para café ou inspirar-se em novas ideias, aprender,
trabalhar, colaborar e socializar com outros profissionais, mesmo que de
áreas profissionais totalmente distintas”. E no incontornável cenário
de evolução da oferta de serviços de escritório virtual e coworking em
Portugal, Sónia Freches chama ainda a atenção para o surgimento de
novos espaços espalhados por todo o território nacional, havendo
inclusive alguns a especializarem-se em determinados segmentos
profissionais, entre eles, indústrias criativas, tecnológicas e makers.
* Pode ser muito modernaço e económico mas esta virtualidade não nos seduz.
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