05/09/2015

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Senso d'hoje
      HELOÍSA APOLÓNIA
LÍDER DO PARTIDO  ECOLOGISTA
OS VERDES

  Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
1- Portugal devia fazer um maior esforço no acolhimento de migrantes nesta crise migratória?
2- A resposta a este êxodo deve ser europeia ou nacional? Quais as medidas que Portugal deve propor para a existência de uma resposta europeia?
3- A pressão migratória pode pôr em risco o espaço Schengen na Europa?


1-Para o PEV, Portugal deve fazer o maior esforço possível porque não falamos de números mas sim de pessoas. Os governos europeus têm sido incapazes de dar resposta a este fluxo migratório e Portugal e todos os Estados Membros devem dar uma resposta solidária e de cooperação. É fundamental resolver também na origem as causas que levam as pessoas a fugir do seu país. É inaceitável que o nosso país pactue com a União Europeia e a NATO, também responsáveis pelo êxodo em massa de migrantes que fogem da guerra, em acções militaristas e que haja orçamentos ilimitados para a guerra e que para salvar vidas tenha que haver medidas para conter os migrantes que a UE não quer.

2-A resposta deve ser concertada no sentido de se criar meios legais e responder, de forma humanitária, às necessidades atuais dos migrantes e refugiados.
Portugal deve reger-se e pugnar no seio da UE por políticas migratórias e de asilo solidárias que sejam respeitadoras da vida e da dignidade humanas. Simultaneamente, Portugal deve empenhar-se, com a maior urgência, para que a Europa pugne por uma política de paz e estabilidade naquela zona, nomeadamente usando todos os esforços diplomáticos, no quadro da ONU.
O PEV opõe-se a qualquer operação que seja contrária aos princípios da Constituição da República Portuguesa.
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3-Os Verdes sempre foram contra o espaço Schengen. A situação atual demonstra a sua inutilidade e o seu cunho desumano.
Reafirmamos mais uma vez que o maior travão à crise migratória atual, não consiste em manter uma Europa de condomínio fechado, mas antes em fomentar uma Europa que promova a paz dentro dela e à sua volta. E a paz promovesse também pelo fim da venda de armas que alimentam aqueles conflitos.
Os Verdes receiam ainda que a União Europeia, a propósito da situação atual, queira implementar mais medidas desumanas e militaristas, medidas estas que desde já recusamos. Esta pressão migratória não pode fazer com que se implementem medidas que ponham em causa as liberdades e direitos constitucionalmente consagrados. Reiteramos a necessidade de haver políticas sociais europeias que erradiquem os problemas sociais e qualquer situação de desigualdade e de exclusão.


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