588.
Senso d'hoje
ISABEL JONET
PRESIDENTE DO
BANCO ALIMENTAR
CONTRA A FOME
ISABEL JONET
PRESIDENTE DO
BANCO ALIMENTAR
CONTRA A FOME
SOBRE O PAÍS, O TRABALHO
E A VIDA
E A VIDA
De nós todos, porque houve uma miragem colectiva pela Europa. Não temos
dimensão de mercado como Espanha, Itália ou França que serão capazes de
dar a volta à crise mais depressa porque têm mercados internos
fortíssimos que puxam pela economia. Nós vamos buscar dimensão de
mercado lá fora. Muitas das nossas empresas conseguem ter maior volume
de vendas fora, mas somos um País com um milhão de pessoas que vivem com
menos de 280 euros por mês, há dois milhões com menos de 400 euros por
mês, há 40% que são pensionistas e, portanto, quem é penalizado? São os
que contribuem! Cada vez que alguém foge aos impostos está a penalizar
quem paga, mas todos somos coniventes com a fuga aos impostos, pois
muitas vezes pagamos coisas sem pedir facturas por falta de educação
cívica.
CARIDADE
Encaro a caridade na acepção de São Paulo como amor pelo outro, aquele a quem eu amo porque faz parte da minha vida, ou seja, tal e qual como a ideia do voluntariado e do bem comum. Sou mais adepta da caridade porque vejo todos como seres humanos que fazem parte da minha vida. A diferença, na minha acepção e que não é a comum, tem a ver com coisas mais estruturantes que provoquem alterações e gerem sustentabilidade e não de emergência. Há 10 anos fundei a Entrajuda numa altura em que não se falava de crise. Comecei a ver que as instituições de solidariedade social, a maior rede que existe em Portugal para combater a pobreza e dar apoios, estavam dependentes do Estado. Nada sabem de gestão, têm à sua frente pessoas óptimas que são verdadeiros santos, mas desperdiçam recursos escassos. Quando lancei a Entrajuda levei-lhes gestão de modo a que distribuam melhor o pão do Banco Alimentar e evitar que fiquem tão dependentes do Estado. Ao fim de um ano abri o Banco Não Alimentar, do lado de lá da avenida de Ceuta, e a primeira coisa que fizemos foi transformar o bairro da Quinta do Cabrinha que era fechado para o interior, cheio de droga, não se entrava lá. Pintámos o bairro com eles e, hoje em dia, o bairro está aberto com as pessoas felizes.
* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO ECONÓMICO"
** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.
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CARIDADE
Encaro a caridade na acepção de São Paulo como amor pelo outro, aquele a quem eu amo porque faz parte da minha vida, ou seja, tal e qual como a ideia do voluntariado e do bem comum. Sou mais adepta da caridade porque vejo todos como seres humanos que fazem parte da minha vida. A diferença, na minha acepção e que não é a comum, tem a ver com coisas mais estruturantes que provoquem alterações e gerem sustentabilidade e não de emergência. Há 10 anos fundei a Entrajuda numa altura em que não se falava de crise. Comecei a ver que as instituições de solidariedade social, a maior rede que existe em Portugal para combater a pobreza e dar apoios, estavam dependentes do Estado. Nada sabem de gestão, têm à sua frente pessoas óptimas que são verdadeiros santos, mas desperdiçam recursos escassos. Quando lancei a Entrajuda levei-lhes gestão de modo a que distribuam melhor o pão do Banco Alimentar e evitar que fiquem tão dependentes do Estado. Ao fim de um ano abri o Banco Não Alimentar, do lado de lá da avenida de Ceuta, e a primeira coisa que fizemos foi transformar o bairro da Quinta do Cabrinha que era fechado para o interior, cheio de droga, não se entrava lá. Pintámos o bairro com eles e, hoje em dia, o bairro está aberto com as pessoas felizes.
* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO ECONÓMICO"
** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.
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