HOJE NO
"OBSERVADOR"
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Quando o amor vence
o celibato de um padre
Um padre alemão anunciou, durante a missa de domingo, que estava apaixonado e que se ia casar. Ao silêncio absoluto seguiram-se os aplausos demorados dos fiéis.
Podia ter sido só mais uma missa, num domingo de manhã e com uma
audiências de fiéis de olhos (e ouvidos) postos no padre do costume.
Podia, mas não foi o caso. O alemão Helmut Guggemos era, até este
domingo, um padre em Weissenberg, na Alemanha. Tudo mudou quando, durante o sermão diário, anunciou que ia resignar ao cargo até então ocupado. O motivo? O amor por uma mulher.
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Perante uma mão cheia de católicos, Guggemos confessou estar
apaixonado e admitiu que se ia casar com uma alemã, com quem tenciona
constituir família. As palavras do religioso foram ouvidas num ambiente
de silêncio profundo e, no fim, recebidas com aplausos demorados da
parte de quem estava presente. A saída do padre de 45 anos já era
conhecida da população local, no entanto a igreja apresentava questões
de saúde para justificar a sua despedida. Ao contrário do que foi
comunicado no site da respetiva entidade religiosa, Guggemos não tem qualquer problema de maior, apenas está apaixonado.
Em entrevista a um jornal alemão, Guggemos confessou que está
feliz por poder falar abertamente da sua relação e agradeceu, ainda, o
carinho e o apoio da paróquia:
Foi algo tão intenso que chegou a arrepiar-me. Agora, estou feliz e aliviado por poder reconhecer de maneira aberta e honesta o meu sentimento pela pessoa que amo. Se pudesse continuar a ser padre com mulher e filhos, certamente teria ficado”.
A notícia do padre que se apaixonou e o
comunicou aos fiéis em plena missa está a invadir a imprensa daquele
país, a qual tem aproveitado para lembrar que, em menos de um ano, esta é
a segunda vez que o amor entre um homem e uma mulher vence o celibato
numa cidade junto ao Lago de Constança, situado na fronteira da Alemanha
com a Áustria e a Suíça — primeiro foi o padre Martin Steiner quem
abandonou a vida religiosa para se casar, embora não o tivesse feito de
forma pública.
* O manual de procedimentos da igreja católica é um repositório de hipocrisias, o celibato dos clérigos é uma delas.
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