HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Passos Coelho:
Fundo Monetário Europeu deve
financiar subsídio de desemprego,
.reformas estruturais e infra-estruturas
.reformas estruturais e infra-estruturas
O primeiro-ministro explicou em maior detalhe o
seu projecto para a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME). Esse
instrumento deverá ser capaz de ajudar a financiar o subsídio de
desemprego, pagar reformas estruturais e projectos de infra-estruturas
comuns.
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Pedro Passos Coelho já tinha assumido esta manhã que defende a criação de um Fundo Monetário Europeu,
que ponha "um ponto final à troika, tal qual a conhecemos". Horas mais
tarde, durante o seu discurso de encerramento da conferência State of
the Union, em Florença, o governante haveria de explicar como é que esse
mecanismo poderia funcionar.
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"A nossa experiência nos últimos cinco anos diz-nos que precisamos de
um mecanismo de ajustamento financeiro permanente que dê apoio técnico e
financeiro a Estados-membros que enfrentem situações insustentáveis,
obviamente com condicionalidade", afirmou o primeiro-ministro. Isto é,
ajuda financeira, tendo como contrapartida a implementação de
determinadas medidas de reformas ou de austeridade.
"Este mecanismo deve ser autónomo dos governos nacionais em termos de
tomada de decisões. E deve estar equipado com a capacidade técnica e
financeira para agir de forma rápida e informada", explicou Passos
Coelho, voltando a referir que a criação desse mecanismo significaria
também que "o Banco o Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional
seriam dispensados da missão que têm assumido até agora".
No entanto, Passos Coelho frisou que o FME deve ir mais longe e não
se limitar apenas a actuar em situações de emergência. Deve, isso sim,
ter a capacidade para "financiar reformas estruturais nacionais, com
contágio positivo para a Zona Euro no seu todo, bem como projectos de
investimento, focados em modernizar a infra-estrutura da qual o Mercado
Único depende", afirmou. Em conjunto com o Banco de Investimento
Europeu, o FME poderá ajudar a "reequilíbrio da Zona Euro".
O primeiro-ministro referiu a possibilidade de o FME funcionar como
um seguro entre países da Zona Euro, como aplicações menos óbvias, como a
criação de um "complemento europeu ou substituir parcialmente o
subsídio de desemprego nacional" ou tornar parcialmente europeias as
políticas activas de emprego.
Este mecanismo teria de ser financiado independentemente dos
Estados-membros. Porquê? Porque "as transferências de recursos nacionais
cria animosidade política entre os Estados-membros e, em última
análise, prejudica a nossa capacidade de agir de forma eficiente". O
primeiro-ministro não o referiu, mas o exemplo perfeito desta
dificuldade é o papel que a Alemanha tem tido na gestão da crise,
argumentando que é difícil justificar aos seus cidadãos que os seus
recursos sejam emprestados a outros países.
Quem seria responsável pelo FME? Passos avança com uma opção: colocar
a gestão do mecanismo sob a supervisão do presidente do Eurogrupo,
tornando-a uma posição permanente (e não rotativa, como é agora). "Ao
aumentar a responsabilidade deste cargo - que incluiria, entre outras
coisas, ser responsável pelo Fundo Monetário Europeu - torna-se mais
difícil acumulá-lo com o trabalho de ser ministro das finanças
nacionais [de um país]."
Daí para a frente, são referidas várias opções. Uma delas é ter uma
estrutura liderada pelo presidente do Eurogrupo, nomeado pelo Conselho
Europeu e sujeito a uma audição no Parlamento Europeu. Outra
possibilidade é que o presidente do Eurogrupo seja, ao mesmo tempo,
vice-presidente da Comissão Europeia. Todo este desenho pode ser
implementado sem alterações aos tratados, sublinhou Passos.
Além desta proposta, o primeiro-ministro citou ainda como alterações
fundamentais a simplificação do Semestre Europeu e finalizar a
construção da União Bancária.
"Este não é um pedido de solidariedade. É um pedido de
responsabilidade comum. É um pedido de determinação de sabedoria face a
desafios que nos afectam a todos sem excepção. E digo isto porque
acredito verdadeiramente que as pessoas por toda a Europa entendem que
devemos estar unidos. Não a qualquer preço claro, mas vivendo numa casa
comum com uma arquitectura em que todos podemos confiar", concluiu
Passos Coelho.
* Isto não lhe saíu da cabeça, quem terá abichanado a ideia, talvez Dias Loureiro, o homem do interior.
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