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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Passos criou "130 mil empregos"?
Sim, mas antes destruiu 420 mil
Passos Coelho tem razão quando diz que foram
criados perto de 130 mil empregos. Porém, o primeiro-ministro não
referiu que, antes dessa recuperação e durante o seu mandato, foram
destruídos mais de 400 mil postos de trabalho.
O primeiro-ministro decidiu puxar pelos
galões. Durante uma das suas intervenções no debate quinzetal de
quarta-feira, 6 de Maio, Pedro Passos Coelho
lembrou que o seu Governo foi responsável pela criação de quase 130 mil
postos de trabalho, comparando esse número com uma promessa antiga,
nunca cumprida, de José Sócrates (criação de 150 mil empregos).
Na realidade, até agora, o saldo deste Executivo no capítulo do emprego é muito negativo, com a destruição de 300 mil empregos.
"O número de empregos criados entretanto é já bastante sensível,
anda muito próximo dos 130 mil postos de trabalho criados nos últimos
oito trimestres", afirmou Passos Coelho, comparando o seu feito com um
compromisso do seu antecessor.
"Não sei se se recordam de uma antiga promessa eleitoral de criação
de 150 mil postos de trabalho. Houve, na altura, uma promessa que
comprometia a criação de 150 mil postos de trabalho."
Vamos por partes. Em primeiro lugar, nos últimos oito trimestres
houve, de facto, criação de emprego. Não 130 mil como diz o
primeiro-ministro, mas não muito longe: foram 123 mil, segundo o INE).
Mas essa não é a principal imprecisão dessas declarações. É que
Passos Coelho não refere que antes desses oito trimestres de recuperação
do mercado de trabalho há outros oito com sucessivas destruições de
emprego.
Entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2013,
420 mil pessoas deixaram de trabalhar. O que significa que os 123 mil
empregos criados são menos de um terço dos destruídos no período
anterior. Um saldo negativo de 298 mil.
Se quisermos ser ainda mais rigorosos com a data de início do
mandato do actual do Governo, pode ser utilizado como ponto de partida o
segundo trimestre de 2011, o último em que Passos Coelho não governou.
Nesse caso, a destruição de emprego é ainda maior: menos 445 mil
empregos nos dois anos seguintes.
José Sócrates – chamado ao debate pelo actual primeiro-ministro –
também não tem um registo positivo no capítulo do emprego, com o
desaparecimento de 230 mil postos de trabalho durante os seis anos em
que governou o País(entre o primeiro trimestre de 2005 e o segundo
trimestre de 2011, período em que houve duas quebras de séries do INE).
Ainda assim, números menos negativos do que os do actual Governo (298
mil empregos).
* Já entrou em delírio eleiçoeiro, perdeu a vergonha de vez.
José Socrates exterminou 230 mil empregos
Passos Coelho e Paulo Portas ganharam, exterminaram 298 mil empregos.
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