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Cenário do PS assume cumprimento
das metas do pacto de estabilidade
Entre os princípios considerados nucleares no estudo, está a impossibilidade de Portugal violar os compromissos assumidos no âmbito da sua participação no euro
O
cenário macroeconómico do PS hoje apresentado assume como base central a
projecção da Comissão Europeia sobre a evolução da economia portuguesa
até 2019 e assume como baliza o cumprimento por Portugal do pacto de
estabilidade.
Intitulado "Uma década para Portugal", este "estudo técnico" foi
liderado por Mário Centeno, doutorado em Harvard e quadro superior do
Banco de Portugal, e foi dividido em três partes: Instrumentos de
avaliação sobre o impacto das políticas públicas; diagnóstico sobre a
situação da economia portuguesa; e conjunto de medidas adequadas face a
esse diagnóstico.
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Entre os princípios considerados nucleares no estudo, está a
impossibilidade de Portugal violar os compromissos assumidos no âmbito
da sua participação no euro.
"O efeito conjugado de todas as medidas não pode ultrapassar os três
por cento de défice e, mais do que isso, a redução do défice tem de ser
sustentável em matéria de finanças públicas", afirmou à agência Lusa um
dos principais elementos do grupo de trabalho do PS.
Com esta referência à sustentabilidade das finanças públicas, o PS
pretende afastar uma via em que o défice baixe para um valor inferior a
três por cento mas num quadro recessivo, o que teria o efeito automático
de aumentar a dívida em percentagem do PIB (Produto Interno Bruto).
Para aferir o impacto das medidas elencadas, o grupo de trabalho de
Mário Centeno construiu um simulador, que o PS diz ser semelhante aos
que são utilizados em outros países da OCDE, tendo como elemento central
de aplicação a projecção da Comissão Europeia sobre a evolução da
economia portuguesa até 2019 em vertentes como o crescimento, o emprego,
o défice e a dívida.
Partindo desse cenário elaborado por Bruxelas, o simulador estima
depois o impacto final (e conjugado) das medidas tomadas ao nível de
cada uma das já referidas variáveis, desde o défice até ao emprego.
Por exemplo, entre outras medidas, este grupo de trabalho aferiu o
impacto de se proceder à reposição de forma faseada e integral da
sobretaxa de IRS, calculando em cada um destes dois caminhos não apenas o
impacto inicial na redução de receitas em IRS, mas também impactos que
poderão compensar essa mesma quebra com o aumento da IVA (resultado de
alguma subida do consumo), aumento do emprego, subida da produção
nacional e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Com este método de cálculo integrado, o PS pretende demarcar-se da
filosofia inerente às mais recentes estimativas elaboradas pelo Governo,
designadamente na área da Segurança Social.
Segundo um dos elementos da equipa de economistas do PS, quando o
Governo refere um desequilíbrio de 600 milhões de euros, "acredita que
esse passivo se resolve unicamente e directamente pelo corte das pensões
e (ou) pelo aumento de contribuições".
"Mas essa via repete os erros cometidos [pelo ex-ministro das
Finanças] Vítor Gaspar, porque um corte na ordem dos 600 milhões de
euros acaba também, inevitavelmente, por gerar outros e novos
desequilíbrios macroeconómicos", justificou o mesmo economista do grupo
de trabalho do PS.
Além de Mário Centeno, a equipa que preparou o cenário macroeconómico
do PS integra também um conjunto de professores universitários e de
especialistas em finanças públicas e em economia, casos de Manuel
Caldeira Cabral, Francisca Guedes de Oliveira, João Leão, João Nuno
Mendes, Paulo Trigo Pereira, Vítor Escária (ex-assessor do
primeiro-ministro José Sócrates) e Sérgio Ávila.
A este grupo juntam-se ainda os dirigentes socialistas Vieira da
Silva, João Galamba, Fernando Rocha Andrade e a eurodeputada socialista
Elisa Ferreira.
Colaboraram ainda com este grupo de trabalho os economistas Cláudia Joaquim e Hugo Mendes.
* Não passa de um programa de campanha eleitoral, não diz como na práctica está disposto a perder receitas num sector, restauração é o exemplo, e recuperá-las aonde? O simulador é para os portugueses um objecto abstracto, volátil porque simula ou dissimula, já nos chegam os dissimuladores do governo. Não podemos esquecer que foi o amigo de António Costa, Socrates, que nos vinculou ao "calvário" da troika.
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