O futuro já foi ontem
Para quem ainda tivesse dúvidas, vai ficando cada vez mais
claro que o Governo da República e a maioria PSD/CDS não estão
interessados em resolver no imediato o problema das Lajes: não só não
apresentam propostas como não aceitam as que são anunciadas por outros
partidos ou entidades.
Foi nesta linha de conduta que a maioria chumbou as propostas do PS, no âmbito dos últimos dois orçamentos do Estado, para criação de um Plano de Revitalização; este comportamento está também refletido no Projeto de Resolução apresentado na Assembleia da República pela maioria, pois não passa de uma proposta vazia que empurra para a frente o que deve ser resolvido já; foi no seguimento desta perspetiva que criou um grupo de trabalho cujo único sinal de vida foi trazer o Secretário de Estado da Economia à ilha Terceira.
Dessa visita poderiam ter resultado sinais de vontade em avançar, mas não. Voltou a adiar soluções, propondo mais estudos, deitando para o lixo tudo o que se fez até aqui. Não teve em consideração propostas e estudos feitos por entidades americanas e em relação ao PREIT elaborado pelo Governo Regional, achou por bem classificá-lo de “interessante”. A delicadeza diplomática desmascarou-se quando de seguida disse que não iria tê-lo em conta nos estudos futuros. Do alto da sua sapiência e da sua arrogância desvalorizou e anulou o esforço e o empenho que outros têm vindo a aplicar para a solução do problema.
Se juntáramos a estas atitudes, outras declarações do Governo, ficamos a perceber que não houve uma postura de firmeza perante os EUA, como deixou bem claro o presidente do Governo dos Açores. Não basta dizer, como o fez Rui Machete, que a decisão dos americanos foi “desagradável”. Como bem afirmou o professor universitário José Filipe Pinto, em entrevista ao Diário Insular, “a manifestação de desagrado é o que resta a quem não rentabiliza os ativos e entrega ao destino e à boa vontade alheia algo que deveria ser da sua responsabilidade”.
Mas, por inspiração provavelmente divina, o senhor primeiro-ministro foi apresentado como um homem com ideias excecionais para resolver o assunto da Base das Lajes. “Se há alguém que tem ideias inovadoras sobre isto posso-vos garantir que é o primeiro-ministro de Portugal”, assim o afirmou o líder regional Duarte Freitas.
Pasmai, senhores, pasmai! Se o primeiro-ministro possui ideias brilhantes e inovadoras, para que manda fazer mais estudos, para os quais nem apresenta data fixa de conclusão? Se o primeiro-ministro está tão seguro das suas ideias já devia ter respondido a propostas feitas pela Câmara da Praia da Vitória, em outubro, e às quais prometeu responder em 60 dias? Já lá vão 120.
Mas não sejamos ingénuos, na véspera das eleições alguma coisa vai aparecer. Passos Coelho tirará da cartola o seu coelho, assinando um qualquer contrato com uma qualquer empresa para anunciar um investimento avultado e a criação de empregos ou outra qualquer habilidade. Tudo o que fizer será sempre bem-vindo, mas uma coisa é certa: nada apaga o desastre da sua conduta política nestes anos.
Nas audições aos presidentes do Governo Regional e da Câmara da Praia da Vitória, na Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da República, a maioria continuou a apelar ao consenso, como se este fosse uma varinha mágica. Precisamos de consenso, todos estamos de acordo, mas não um consenso podre, como afirmou Vasco Cordeiro. Os consensos geram-se em torno de propostas concretas que ajudem a resolver os problemas que já se fazem sentir no terreno. Venham propostas de consenso para o futuro, mas não nos esqueçamos que o futuro já foi ontem.
Foi nesta linha de conduta que a maioria chumbou as propostas do PS, no âmbito dos últimos dois orçamentos do Estado, para criação de um Plano de Revitalização; este comportamento está também refletido no Projeto de Resolução apresentado na Assembleia da República pela maioria, pois não passa de uma proposta vazia que empurra para a frente o que deve ser resolvido já; foi no seguimento desta perspetiva que criou um grupo de trabalho cujo único sinal de vida foi trazer o Secretário de Estado da Economia à ilha Terceira.
Dessa visita poderiam ter resultado sinais de vontade em avançar, mas não. Voltou a adiar soluções, propondo mais estudos, deitando para o lixo tudo o que se fez até aqui. Não teve em consideração propostas e estudos feitos por entidades americanas e em relação ao PREIT elaborado pelo Governo Regional, achou por bem classificá-lo de “interessante”. A delicadeza diplomática desmascarou-se quando de seguida disse que não iria tê-lo em conta nos estudos futuros. Do alto da sua sapiência e da sua arrogância desvalorizou e anulou o esforço e o empenho que outros têm vindo a aplicar para a solução do problema.
Se juntáramos a estas atitudes, outras declarações do Governo, ficamos a perceber que não houve uma postura de firmeza perante os EUA, como deixou bem claro o presidente do Governo dos Açores. Não basta dizer, como o fez Rui Machete, que a decisão dos americanos foi “desagradável”. Como bem afirmou o professor universitário José Filipe Pinto, em entrevista ao Diário Insular, “a manifestação de desagrado é o que resta a quem não rentabiliza os ativos e entrega ao destino e à boa vontade alheia algo que deveria ser da sua responsabilidade”.
Mas, por inspiração provavelmente divina, o senhor primeiro-ministro foi apresentado como um homem com ideias excecionais para resolver o assunto da Base das Lajes. “Se há alguém que tem ideias inovadoras sobre isto posso-vos garantir que é o primeiro-ministro de Portugal”, assim o afirmou o líder regional Duarte Freitas.
Pasmai, senhores, pasmai! Se o primeiro-ministro possui ideias brilhantes e inovadoras, para que manda fazer mais estudos, para os quais nem apresenta data fixa de conclusão? Se o primeiro-ministro está tão seguro das suas ideias já devia ter respondido a propostas feitas pela Câmara da Praia da Vitória, em outubro, e às quais prometeu responder em 60 dias? Já lá vão 120.
Mas não sejamos ingénuos, na véspera das eleições alguma coisa vai aparecer. Passos Coelho tirará da cartola o seu coelho, assinando um qualquer contrato com uma qualquer empresa para anunciar um investimento avultado e a criação de empregos ou outra qualquer habilidade. Tudo o que fizer será sempre bem-vindo, mas uma coisa é certa: nada apaga o desastre da sua conduta política nestes anos.
Nas audições aos presidentes do Governo Regional e da Câmara da Praia da Vitória, na Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da República, a maioria continuou a apelar ao consenso, como se este fosse uma varinha mágica. Precisamos de consenso, todos estamos de acordo, mas não um consenso podre, como afirmou Vasco Cordeiro. Os consensos geram-se em torno de propostas concretas que ajudem a resolver os problemas que já se fazem sentir no terreno. Venham propostas de consenso para o futuro, mas não nos esqueçamos que o futuro já foi ontem.
IN "AÇORIANO ORIENTAL"
23/03/15
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