HOJE NO
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Alguns processos e muitas
ligações (pouco) secretas
Dos processos que trouxeram a Ongoing para as páginas dos jornais, o das Secretas assumiu especial destaque – o julgamento é no próximo mês –, mas a empresa já tinha sido referida nas escutas do Face Oculta. Além destes dois casos houve mais um que foi crescendo: uma denúncia de Balsemão na sequência do processo das Secretas acabou com a acusação do MP
A
Ongoing envolveu-se em vários casos mediáticos ao longo dos últimos
anos. Em Portugal foi notícia pela tentativa de compra da TVI e pelo
processo das Secretas. No Brasil pela investigação do Ministério Público
Federal de São Paulo por alegado desrespeito pela Constituição daquele
país
O caso que envolve o antigo director do Serviço de Informações
Estratégicas de Defesa (SIED) começa a ser julgado a 16 de Abril. Jorge
Silva Carvalho é acusado de fornecer informações secretas à empresa de
Nuno Vasconcellos, que mais tarde acabaria por o contratar. A notícia
chegou às páginas dos jornais em Julho de 2011, precisamente nove meses
depois da data do despacho de exoneração de director do SIED.
Nuno Vasconcellos |
Em 2012, o Ministério Público acusou três arguidos: Nuno
Vasconcellos, presidente da Ongoing, por corrupção activa, Jorge Silva
Carvalho por acesso indevido a dados pessoais, abuso de poder e violação
de segredo de Estado e João Luís, ex-director do SIED, por co-autoria
dos crimes de abuso de poder, acesso ilegítimo agravado e acesso
indevido a dados pessoais.
Segundo a acusação, tudo começou quando Silva Carvalho ordenou,
entre 7 e 17 de Agosto de 2010, ao arguido João Luís que obtivesse os
dados de tráfego do número de telefone (da operadora Optimus) utilizado
pelo jornalista Nuno Simas, no período compreendido entre Julho e Agosto
de 2010. Os investigadores acreditam que a finalidade era perceber quem
é que das Secretas tinha passado informações ao jornal “Público” sobre o
mal-estar causado por mudanças de espiões e dirigentes.
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Entrada do espião na Ongoing Segundo o MP, nas vésperas de Silva
Carvalho sair do SIED começou a desenhar-se a sua entrada na Ongoing.
Nesta empresa trabalhavam já duas pessoas conhecidas do então director
do SIED: João Alfaro, ex-funcionário do Sistema de Informações e
Segurança (SIS), e Fernando Paulo Santos que participavam em sessões,
encontros e jantares da organização maçónica, a Grande Loja Legal de
Portugal, de Silva Carvalho.
Ainda antes de sair do SIED – o então director da Secreta externa
enviou a Nuno Vasconcellos informação secreta sobre os empresários
russos que estavam em negociação com a Ongoing na sequência do
interesse da empresa em entrar numa parceria para construção de
infra-estruturas no porto grego de Astakos.
Em Janeiro de 2011, a Ongoing apresentava um reforço de peso: o
ex-director do SIED. Mas durou pouco. A investigação do MP considera que
a seis meses das eleições legislativas de 2011, o antigo espião iniciou
contactos com dirigentes partidários com o propósito de regressar aos
Serviços Secretos.
Além dos três arguidos acusados, na fase de instrução foram
pronunciados outros dois por terem colaborado na obtenção de informações
sobre o telemóvel do jornalista Nuno Simas.
O relatório sobre Balsemão não demorou até que outras pessoas
entrassem na história. A relação de Pinto Balsemão e de Nuno
Vasconcellos voltou a cruzar-se. O pai do presidente da Ongoing, Luís
Vasconcellos, fundou com Balsemão o semanário “Expresso” e o grupo
Impresa, mas a ligação de há muitos anos não tem chegado para acalmar a
relação conturbada que ambos têm tido desde que Luís Vasconcellos
morreu.
Quando em 2012 foi tornado público que Silva Carvalho tinha
encomendado relatórios sobre pessoas cuja vida interessava à Ongoing,
entre as quais o patrão da SIC, o comunicado do fundador do “Expresso”
não tardou: “Tendo tomado conhecimento, através da comunicação social,
do conteúdo do relatório sobre mim produzido, no qual são referenciadas
dezenas de calúnias e falsidades – algumas das quais de mau gosto e
grotescas – decidi proceder às diligências necessárias, junto dos meus
advogados, no sentido de responsabilizar criminalmente os autores do
documento”. O Ministério Público deduziu acusação pelo crime de devassa
por meio informático não havendo ainda data marcada para início de
julgamento.
Escutas face oculta Outro dos processos que acabou por trazer o
nome da Ongoing para as páginas dos jornais foi o Face Oculta. Das
escutas resulta que o grupo português pretendia controlar uma televisão
generalista.
E a Ongoing ainda chegou a acordar com os espanhóis a compra de 33%
da Media Capital por cerca de 100 milhões de euros, mas o negócio
acabaria por nunca se concretizar. O que travou a pretensão do grupo
português foi a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, isto porque a
acontecer o grupo ficaria com 22% da Impresa e 35% na Media Capital.
* Uma história de faca e alguidar mais uma vez interpretada por figurantes da alta "postura"
* Uma história de faca e alguidar mais uma vez interpretada por figurantes da alta "postura"
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