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"OBSERVADOR"
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China manda apagar da internet documentário alarmante sobre poluição
Documentário 'Under the Dome', sobre poluição atmosférica, deixou o Partido Comunista Chinês nervoso. Uma semana e 100 milhões de visualizações depois, Governo ordenou que filme fosse apagado da net.
As autoridades na China ordenaram a retirada da internet do famoso
documentário ‘Under the Dome’ (Debaixo da Cúpula), que retrata ao
pormenor o enorme problema de poluição que existe naquele país. O
documentário, que explica de forma alarmante os custos para a saúde e
para a sociedade no geral dos elevados índices de poluição, já foi visto
por mais de 100 milhões de pessoas desde que foi posto na internet
– apenas há uma semana. E tornou-se o principal tema de conversa por
todo o país.
PRAÇA TIANANMEN |
O filme apanhou as autoridades chinesas de surpresa
e, perante o soar das campainhas de alarme, o gabinete de propaganda do
Partido Comunista Chinês ordenou aos principais sites de transmissão de
filmes online que eliminassem o vídeo. O apagão generalizado deu-se na
sexta-feira à tarde, apenas um dia depois de ter arrancado a sessão
legislativa no Parlamento chinês e pouco depois de o presidente do
Conselho de Estado, Li Keqiang, ter prometido combater com todos os
meios ao alcance do Governo aquela que disse ser a maior “chaga” da
sociedade chinesa, nota a BBC.
Trata-se de 104 minutos de filme, cujo título (Under the Dome) é
uma referência à intensa poluição atmosférica que paira sobre a
população, afetando o dia-a-dia da sociedade chinesa em grande parte do
território nacional. O tom é de alarme e o objetivo é incentivar as
pessoas e as empresas a adotar hábitos mais responsáveis. O documentário
foi visto por centenas de milhares de pessoas em apenas uma semana e
tornou-se rapidamente o tema quente de conversa de muitos chineses.
Na
sexta-feira ao final da tarde, no entanto, quem ainda não tivesse visto
e quisesse ver o famoso documentário para poder participar nas
conversas entre amigos, já não conseguiu. Nos maiores sites chineses de
transmissão de filmes, como o Youku ou o Tencent, quem quisesse
descarregar o documentário encontrava apenas links mortos, que
direcionavam o espetador para uma beco sem saída. Mais: a página online
do jornal do Partido Comunista (Diário do Povo) tinha inicialmente
promovido o link para o vídeo e uma entrevista com o realizador Chai
Jing, mas na tarde de sexta-feira o link também já não estava disponível
e a entrevista tinha sido eliminada.
O tema, de resto, começou por dominar a agenda política chinesa e fez mesmo alguns governantes falar. Foi o caso do recém-empossado ministro do Ambiente, Chen Jining, que fez rasgados elogios ao documentário e incentivou os repórteres e realizadores a falar sobre o tema para “incentivar todos os esforços individuais que podem ser feitos para melhorar a qualidade do ar”.
Realizado por Chai Jing, um ex-jornalista de investigação do canal de televisão estatal China Central TV, com a colaboração de outros jornalistas do mesmo canal, o New York Times acrescenta que rapidamente se tornou óbvio que o documentário tinha sido realizado com a ajuda de funcionários do partido e do Governo da ala pró-ambiental. Depois do lançamento, no entanto, a outra ala do partido, juntamente com dirigentes de empresas públicas, apressou-se a criticar o filme, dando a entender que o fenómeno de popularidade súbita tinha deixado o núcleo duro do Governo comunista nervoso.
O tema, de resto, começou por dominar a agenda política chinesa e fez mesmo alguns governantes falar. Foi o caso do recém-empossado ministro do Ambiente, Chen Jining, que fez rasgados elogios ao documentário e incentivou os repórteres e realizadores a falar sobre o tema para “incentivar todos os esforços individuais que podem ser feitos para melhorar a qualidade do ar”.
Realizado por Chai Jing, um ex-jornalista de investigação do canal de televisão estatal China Central TV, com a colaboração de outros jornalistas do mesmo canal, o New York Times acrescenta que rapidamente se tornou óbvio que o documentário tinha sido realizado com a ajuda de funcionários do partido e do Governo da ala pró-ambiental. Depois do lançamento, no entanto, a outra ala do partido, juntamente com dirigentes de empresas públicas, apressou-se a criticar o filme, dando a entender que o fenómeno de popularidade súbita tinha deixado o núcleo duro do Governo comunista nervoso.
TELHADOS DA CIDADE PROÍBIDA |
Na sexta-feira ao final da tarde, no entanto,
quem ainda não tivesse visto e quisesse ver o famoso documentário para
poder participar nas conversas entre amigos, já não conseguiu. Nos
maiores sites chineses de transmissão de filmes, como o Youku ou o
Tencent, quem quisesse descarregar o documentário encontrava apenas
links mortos, que direcionavam o espetador para uma beco sem saída.
Mais: a página online do jornal do Partido Comunista (Diário do Povo)
tinha inicialmente promovido o link para o vídeo e uma entrevista com o
realizador Chai Jing, mas na tarde de sexta-feira o link também já não
estava disponível e a entrevista tinha sido eliminada.
O tema, de
resto, começou por dominar a agenda política chinesa e fez mesmo alguns
governantes falar. Foi o caso do recém-empossado ministro do Ambiente,
Chen Jining, que fez rasgados elogios ao documentário e incentivou os
repórteres e realizadores a falar sobre o tema para “incentivar todos
os esforços individuais que podem ser feitos para melhorar a qualidade
do ar”.
Realizado por Chai Jing, um ex-jornalista de investigação
do canal de televisão estatal China Central TV, com a colaboração de
outros jornalistas do mesmo canal, o New York Times acrescenta que
rapidamente se tornou óbvio que o documentário tinha sido realizado com a
ajuda de funcionários do partido e do Governo da ala pró-ambiental.
Depois do lançamento, no entanto, a outra ala do partido, juntamente com
dirigentes de empresas públicas, apressou-se a criticar o filme, dando a
entender que o fenómeno de popularidade súbita tinha deixado o núcleo
duro do Governo comunista nervoso.
* Em Pequim, nas traseiras da Cidade Proíbida, existe um jardim lindíssimo feito sobre a serradura da madeira cortada e utilizada na construção da cidade. Existe no seu interior uma elevação que leva a um altar de Buda uns bons metros acima do plano do jardim onde se encontram plantados "bonsais" enormes que nunca tínhamos imaginado. No topo da elevação e olhando para a Cidade Proíbida a visibilidade é tão má que não se vê com nitidez a maior parte dos edifícios e o resto de Pequim observado naquela prespectiva está envolvido por um denso "nevoeiro". O "nevoeiro" não é outra coisa senão a poluição pairando.
.
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