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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Portugal está no mapa da jiad
mas não como alvo
O porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Filipe Pathé Duarte, considera que Portugal está no "puzzle de enquadramento" da jiad islâmica, não como alvo, mas como ponto de passagem.
De acordo com o responsável, existem
duas conclusões sobre as notícias dos últimos dias, que dão conta da
passagem de jovens britânicos por Portugal antes de rumarem às fileiras
do Estado Islâmico na Síria, sendo que uma destas é precisamente o facto
de o nosso país ser "ponto de passagem".
"Naturalmente, longe de qualquer
alarmismo, Portugal está enquadrado no puzzle da própria jiad, não sendo
alvo preferencial, mas acima de tudo como ponto de recuo e passagem, o
que acaba por ser uma forma de podermos consciencializarmo-nos", frisou
Pathé Duarte.
Segundo o responsável, as autoridades portuguesas
estão a agir "atempadamente e de acordo com aquilo que é pretendido
perante o próprio nível de ameaça".
A propósito, lembrou que
Portugal é membro da NATO e da União Europeia, mas que se encontra no
extremo ocidental da Europa, "fazendo fronteira com o Magrebe".
O
responsável considerou ainda que os jovens que são recrutados para a
jiad pertencem a "franjas sociais que estão permeáveis na Europa",
reconhecendo que essa realidade não se encontra no nosso país.
"Por
uma questão de proporcionalidade, as comunidades muçulmanas francesas,
britânicas, alemãs ou holandesas são muito mais dilatadas que a
portuguesa. A nossa é muito reduzida, estando perfeitamente inserida na
sociedade", sublinhou.
De acordo com Pathé Duarte, o facto de não
haver recrutamento de jovens portugueses não quer dizer que, no âmbito
da livre circulação da União Europeia, "alguém não circule e não venha
cá cometer um atentado", frisando que essa realidade há que ser tida em
conta "permanentemente".
A Procuradoria-Geral da República
confirmou domingo a existência de vários inquéritos para investigar
factos relacionados com o denominado Estado Islâmico, um dos quais
investiga atividades desenvolvidas nos Açores.
Numa resposta
enviada à agência Lusa, a PGR acrescenta que os inquéritos estão a cargo
do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e que um
deles "investiga atividades desenvolvidas nos Açores".
"Estes inquéritos encontram-se em segredo de justiça", refere a PGR, sem acrescentar mais pormenores sobre o assunto.
Na
quinta-feira passada, o Expresso divulgou a história de um açoriano que
se preparava para ir para a Síria para integrar as fileiras da 'jihad',
mas acabou travado pela Polícia Judiciária na Praia da Vitória.
No
domingo, o "Sunday Times" voltou a abordar a história de um jovem de 22
anos identificado como Fabio Pocas, emigrante português radicado em
Londres, que terá ido para a Síria para se juntar ao Estado Islâmico.
* As opiniões do sr. Pathé são assim uma espécie de "suponhamos", em terrorismo, prognósticos só no fim do atentado.
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