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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Ministério Público está a "recolher todos os elementos" sobre o HSBCleaks
Fonte oficial da Procuradoria Geral da República
diz ao Negócios que está a recolher todos os elementos ao seu alcance,
sobre este caso: quer os que têm vindo a público, quer os que,
eventualmente, possam resultar de processos pendentes.
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Dois dias depois de ter vindo a público
que há portugueses na famosa "lista Lagarde", a Procuradoria Geral da
República (PGR) garante que está a acompanhar o caso. Embora não tenha
recebido das autoridades internacionais informação específica sobre as
contas bancárias que estariam abrigadas no HSBC, o Ministério Público
diz que está a recolher todos os elementos sobre o assunto.
A resposta da PGR segue-se à divulgação de informação mais detalhada
sobre a extensão de mais um escândalo de evasão fiscal que desde 2010
tem feito verter muita tinta, mas cuja magnitude está ainda por perceber
na sua totalidade
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Nesta segunda-feira acrescentou-se mais um capítulo à história,
depois de ter-se ficado a saber que a "lista Lagarde" ou a "lista
Falciano" (nome do delator que a entregou às autoridades francesas)
deixou de estar no segredo dos gabinetes das autoridades europeias e
caiu nas mãos de jornalistas de investigação internacionais.
Ao todo, o Swissleaks, ou HSBCleaks, como já foi entretanto
rebaptizado, contabilizou mais de 100 mil clientes, de várias geografias
e com patrimónios muito distintos, que em 2007 abrigaram as suas
fortunas no HSBC. 611 desses clientes tinham ramificações a Portugal.
Esta informação já tinha chegado ao conhecimento de vários
europeus pela mão de Christine Lagarde, que em 2010 resolveu começar a
partilhar informação com os parceiros comunitários, e já permitiu que
vários Estados recuperarem avultadas somas de impostos em falta. Em
Portugal, contudo, e apesar de as Finaças ter pedido para aceder a esta
informação, ainda em 2010, ela aparentemente não terá chegado. Ao
Ministério Público, também não: "Até ao momento, não foi recebida de
autoridades estrangeiras qualquer lista ou informação específica sobre a
questão", esclarece a entidade ao Negócios.
De todo o modo, não é claro qual o potencial de receita fiscal
que estas verbas poderiam representar, caso as autoridades nacionais
tivessem deitado mão a este volume de poupanças. De 2010 para cá foram
lançadas duas amnistias fiscais, precisamente destinadas à regularização
de activos clandestinamente colocados no estrangeiro, e a Suíça foi a
origem da esmagadora maioria desses processos: em 2010 representou 73%
do activo regularizado e em 2013 84%, segundo noticiou ontem o Negócios.
Com as amnistias passou-se uma esponja sobre os crimes fiscais
passados, e só mediante a suspeita de que estas verbas possam ter estado
envolvidas em crimes de outra natureza é que o Ministério Público lhes
pode aceder.
Esta terça-feira foram divulgados no site angolano Maka alguns
nomes de portugueses alegadamente na lista de clientes do HSBC. Os mais
conhecidos, Américo Amorim e a ESAF, desmentiram prontamente qualquer
ligação com o banco suíço.
* Portugal um país roubado, por os que mandam no mercado.
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