ESTA SEMANA N0
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
A natureza pode ser um bom negócio. Aqui aprende-se como
A importância de ligar os universitários à realidade empresarial é
muitas vezes referida, mas raras são as oportunidades de estudantes
entrarem em projetos desenvolvidos por empresas e que possam ter efeitos
além do mundo académico.
Foi a pensar nisso que a EDP
desenvolveu o University Challenge, lançando um desafio aos
universitários para que apresentem projetos académicos com ligação à
realidade.
.
A lançar agora a 9.ª edição do EDP University
Challenge, a companhia decidiu inovar e, ao contrário dos anos
anteriores, em que o tema era intimamente ligado à energia, desafiar
estudantes de marketing e comunicação a apresentar um plano centrado não
na promoção da marca ou do consumo mas no desenvolvimento económico e
sustentável do Baixo Sabor. O foco é a biodiversidade da região e a
ideia é que as populações locais não sejam esquecidas.
As regras
são simples: em equipas de dois a cinco elementos acompanhados ou não
por um professor, alunos de licenciatura, pós-graduação ou mestrado
cujos programas contemplem conteúdos de gestão, comunicação e/ou
marketing podem inscrever-se até 10 de março e habilitar-se a um prémio
de cinco mil, três mil ou dois mil euros por grupo - respetivamente
primeiro, segundo e terceiro classificado - e à possibilidade de
estagiar na EDP.
Desde 2007, participaram no University Challenge
2200 estudantes de cerca de 230 instituições universitárias de Portugal,
Espanha e Brasil. A concretização dos projetos não é certa, mas ser
distinguido pode ser o início de uma carreira. É o que diz Abdul Karim,
membro do grupo que ficou em primeiro lugar em 2009 e que hoje trabalha
na EDP. "Além do desafio e da desejada aproximação à realidade
empresarial, olhámos o EDP University Challenge como uma oportunidade
para abrir portas no mercado de trabalho. Objetivos atingidos."
Este
ano, segundo o briefing do concurso, haverá uma visita de estudo a
Trás-os-Montes, em abril, e os concorrentes terão de desenvolver um
plano de comunicação baseado num tema decorrente da construção da
Barragem do Baixo Sabor, que este ano inicia atividade - o Centro de
Interpretação Ambiental e Recuperação Animal, a Ribeira da Vilariça (um
berçário que recria um ambiente de desova e maternidade de peixes), o
Parque Natural, a informação e sensibilização para a importância de
prevenção de incêndios, a conservação de espécies exóticas na
albufeira... Em causa está, refere o diretor de Marca e Comunicação da
EDP, a maior reserva de água na bacia do Douro e a segunda a nível
nacional.
"A barragem está inserida numa zona ambientalmente
protegida, o que obriga à realização de importantes investimentos na
compensação dos impactos e valorização das espécies e habitats
existentes. Queremos que este investimento tenha retorno para as pessoas
que ali vivem. É esse o objetivo ao lançar este desafio aos
universitários do país", explica ao DN Paulo Campos Costa. "Procuramos
parceiros que construam connosco e com os agentes locais oportunidades,
soluções de criação de riqueza compatíveis com a conservação da
natureza."
O primeiro contacto acontecerá a 9 e 10 de abril,
quando os concorrentes realizarem uma visita ao Baixo Sabor. "Assim
terão oportunidade de ficar com uma perspetiva geral sobre a albufeira, o
território e a riqueza do património natural ali existente, bem como a
visão dos responsáveis locais sobre as dinâmicas de desenvolvimento em
curso", diz Paulo Campos Costa. Depois do passeio, os participantes
farão as fichas de projeto até 17 de abril. Segue-se a entrega do
trabalho, que terá de estar pronto até 16 de junho. Os vencedores são
conhecidos em outubro. "Esperamos manter o número de participantes ao
nível dos anos anteriores, apesar do caráter inovador do desafio desta
edição."
Para ver e preservar no baixo sabor:
Lobo ibérico
?
Só habita na Península Ibérica, tem entre 1,40 e 1,80 metros de
comprimento e, no caso dos machos, pode atingir os 40 quilos de peso. As
fêmeas ficam-se pelos 35 quilos. A criação de pastagens para as
espécies de que o lobo ibérico se alimenta - como o corso e o coelho - e
de zonas de não caça e a distribuição de cercas e entrega de cães gado a
pastores são algumas das formas de garantir a sua proteção. Outrora
muito abundante, a população atual de lobos ibéricos deve rondar os 2000
indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam o Norte de Portugal.
Zimbro
?
A plantação de zimbro é uma das medidas previstas pela EDP no seu
programa de proteção de espécies. Tem quase sempre um porte arbustivo e o
seu "fruto" é utilizado para produzir aguardente e condimentar pratos
regionais - pelo que pode ter um papel relevante nas economias locais,
desde que a população seja alertada para o potencial deste arbusto. A
nível mundial, a maioria das falsas bagas do zimbro é considerada
demasiado amarga para ser ingerida. Ainda assim, existem registos da
utilização do "fruto" do zimbro que recuam à Antiguidade Clássica.
Toupeira-de-água
?
Espécie endémica da Península Ibérica e dos Pirenéus, estimava-se, em
2005, que existissem em Portugal cerca de dez mil toupeiras-de-água. Com
um peso que varia entre os 50 e os 70 gramas, é um animal solitário e
fugidio, que normalmente se alimenta durante a noite e que, quando se
sente ameaçado, solta guinchos agudos. O animal escolhe sobretudo
pequenos cursos de água fria, limpa e bem oxigenada para viver.
Atualmente, a maioria das espécies de toupeira-de-água encontra-se
extinta, restando apenas a Galemys pyrenaicus na Europa Ocidental e a
Desmana (Desmana moschata), na Rússia.
* EXCELENTE! Precisamos de muitos mais desafios com esta qualidade
.
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