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JOÃO PAULO
RODRIGUES
ACTOR E APRESENTADOR
DE TELEVISÃO
434.
Senso d'hoje
Senso d'hoje
JOÃO PAULO
RODRIGUES
ACTOR E APRESENTADOR
DE TELEVISÃO
SOBRE VIDA DE ARTISTA
Qualquer pessoa que trabalhe para os
outros, que trabalhe em televisão, música, que pinte, seja o que for, é
muito o lado direito do cérebro. Enquanto uma pessoa do lado esquerdo é
muito sistemática, eu sempre fui muito do lado direito. Sempre fui muito
distraído, muito cabeça no ar. Um artista existe para criar, para fazer
os outros sonhar, para rir, seja o que for. É sempre preciso ter alguém
que trate da parte mais burocrática e complexa da nossa vida.
Não digo que vá ser advogado ou juiz,
mas jurista hei de ser. Hei de acabar o curso. Faltam-me para aí dez
cadeiras, o último ano. Já sou finalista há muito tempo [risos].
Gostei muito do meu ano de finalista, mas foi o ano em que todas estas
coisas mais recentes começaram a acontecer e tive de tomar uma decisão.
Se seguia por ali ou se acabava o curso. Como não sou advogado, nem
juiz, nem jurista e a minha profissão é ser comediante, ator e agora
apresentador... tive de fazer a minha escolha e essa escolha foi
continuar o meu trabalho, ir evoluindo e fazendo outras coisas.
As pessoas criam muitos preconceitos em
relação aos outros e às vezes podem enganar--se. Considero-me um aluno
razoável na faculdade, tenho média de 14, aquilo que sei, sei mesmo. Por
isso, não é por ser humorista ou cantor que vou ser melhor ou pior
técnico de justiça. Mas vejo-me a exercer. Porque não? Já vi mais, mas
essa forma de olhar para mim com desconfiança enquanto advogado
aconteceu mais quando só fazia comédia e em que só dizia asneiradas, eu
próprio sentia isso em relação a mim. Mas agora já conseguiram ver que
tenho uma parte mais séria, mais profunda, não tão brincalhona. Consigo
fazer outras coisas...
* Excertos de entrevista ao jornal "i"
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