HOJE NO
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Violência contra profissionais de saúde
. mais que duplicou em 2014
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) registou, até outubro de 2014, 477 casos de violência contra profissionais de saúde, superando desde logo o dobro dos episódios registados em todo o ano de 2013, que se fixaram em 202 casos.
Entre janeiro e outubro de 2014, a DGS registou 477 notificações de
violência contra os profissionais de saúde no local de trabalho. Este
número tem vindo a aumentar desde 2007, ano em que se somaram 35 casos.
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Em 2013, as notificações, realizadas no site da DGS, de forma
voluntária e anónima, foram feitas na sua maioria por profissionais de
saúde do sexo feminino.
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) apresentou o maior
número de notificações, em 2013 (87), seguida da ARS de Lisboa e Vale
do Tejo, com 69 notificações.
Das 202 notificações de 2013, o espaço físico mais referido, segundo a
DGS, foi "a consulta externa" e os "serviços médicos", com 59 e 19
episódios respectivamente.
Em 2013, 45% dos agressores eram doentes, 34%, profissionais de saúde
e, 16%, familiares dos doentes, informou a DGS, num relatório.
Mais de metade dos agressores são do sexo feminino e o grupo "etário
predominante é de 40 a 49 anos, seguido do grupo etário de 50 a 59
anos".
De acordo com a DGS, 81 profissionais de saúde alvo de violência no
local de trabalho declararam-se muito insatisfeitos quanto "à gestão do
episódio de violência por parte da instituição" onde os actos se
verificaram.
Além de os profissionais acabarem por "reportar mais" estas
situações, o aumento poderá estar relacionado com um motivo "mais
indirecto, que é a situação global que as pessoas estão a viver", disse à
agência Lusa Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da
Ordem dos Médicos (SRCOM), que organiza hoje, às 21:00, em Coimbra, um
debate sobre a violência contra os profissionais de saúde.
"As pessoas estão insatisfeitas no seu dia-a-dia e expressam com
violência as suas emoções no hospital e nos centros de saúde", explanou,
sublinhando que os utentes também se mostram "insatisfeitos com aquilo
que lhes está a ser dado", em termos de cuidados de saúde, havendo
"dificuldades nos transportes, na aquisição de medicamentos e pagamento
das taxas moderadoras", apontou.
A própria Ordem dos Médicos tem-se apercebido de um aumento de
situações de "violência física e psicológica", estando a constituir um
grupo multidisciplinar, dentro da secção, para responder a estes casos.
Carlos Cortes salientou ainda que as próprias instituições têm de
"dar apoio ao profissional", sendo reportado à Ordem que, muitas vezes,
as vítimas deste tipo de violência "se sentem desprotegidas".
* Tem de haver punições pesadas para os agressores, o profissional de saúde está absolutamente desprotegido.
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