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DA MADEIRA"
Vinhos da Casa do Douro em risco de serem vendidos com insolvência
Empresas da região estão preocupadas com o processo, uma vez que só às Finanças a instituição deve 124,6 milhões de euros
As empresas de vinho do Porto estão "extremamente preocupadas" com o
pedido de insolvência da Casa do Douro (CD), no Peso da Régua, temendo
que seja colocado à venda em simultâneo o vinho da instituição.
"Numa insolvência tudo é posto em causa. O tribunal pode decretar uma
venda e as coisas, se não forem controladas, podem ser extremamente
complicadas para todo o setor", afirmou hoje à agência Lusa o presidente
da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP, António Saraiva.
.
A Direção-Geral do Tesouro e Finanças entregou no dia 31 de dezembro,
no Tribunal de Vila Real, um pedido de insolvência da CD. Neste
processo é referido o valor em dívida para com as Finanças, de cerca de
124,6 milhões de euros.
Em 2014 e para resolver o problema da organização, o Governo preparou
um plano que incluía um acordo de dação em cumprimento, que implicava
troca de dívida por vinho, e uma alteração legislativa para transformar o
estatuto de direito público e inscrição obrigatória em associação de
direito privado e de inscrição voluntária.
O acordo de dação não foi assinado e, no mesmo dia em que foi extinta
a dimensão pública da CD, o Estado avançou com o processo de
insolvência.
Com medo do que pode acontecer agora, António Saraiva salientou que as empresas "estão em polvorosa".
À venda poderá ser colocado em simultâneo um 'stock' de cerca de nove milhões de litros de vinho do Porto.
A acontecer, segundo o responsável, os preços podem baixar
significativamente e, para além disso, a procura de vinho aos produtores
pode baixar na próxima vindima.
"A lavoura duriense está com grandes dificuldades e se houver
compradores para esses vinhos, e sendo vinhos velhos com capacidade de
venda maior, fará com que na vindima haja menos procura de vinhos e as
repercussões na lavoura podem ser um desastre", frisou.
António Saraiva referiu que as empresas sempre quiserem fazer parte
da solução e não do problema, lembrando que, durante o processo negocial
do dossiê CD, se mostraram disponíveis para contribuir.
No entanto, defendeu que os vinhos teriam que ser colocados à venda
gradualmente e num prazo "que nunca poderia ser inferior a 15 ou 20
anos", para "evitar perturbações no mercado".
"Num processo de insolvência as coisas fogem um pouco ao controlo,
não há esse tipo de negociações, as coisas são postas à venda",
sublinhou.
Com a extinção da CD "pública", cessou também a representação da
produção no Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e
Porto (IVDP), onde marca também presença o comércio.
"Neste momento não há conselho interprofissional. Como a CD perdeu o
seu caráter público, o conselho, tal como foi pensado, sem produção não
pode existir", considerou António Saraiva.
O responsável afirmou que o Douro não pode continuar com esta
indefinição por muito mais tempo e sublinhou que "há demasiados dossiês
na região que é preciso estudar e trabalhar".
"O Douro está a perder vendas todos os anos, entre 2 a 3%. É preciso
um conselho interprofissional e não sabemos quando é que nos podermos
voltar a sentar a uma mesa para discutir sobre esses problemas", frisou.
* A única coisa boa que este governo vai fazer pelo país é quando humilhado, saír de cena.
O governo vende tudo o que há para vender, não importa o quê, interessa são as alvíssaras. A Casa do Douro é parte integrante da história de Portugal mas Passos Coelho e seus acólitos pouco se interessam, alvíssaras, isso sim, ou não fosse este país "incorruptível".
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