HOJE NO
"OBSERVADOR"
Noruega quer redefinir limites do gelo
no Ártico e abrir à exploração do petróleo
Governo da Noruega anunciou que quer redefinir os limites do gelo do Ártico, uma decisão controversa que pode permitir uma maior abertura do Mar de Barents à exploração do petróleo e do gás.
O governo da Noruega anunciou nesta terça-feira que quer redefinir os
limites do gelo do Ártico, uma decisão controversa que pode permitir
uma maior abertura do Mar de Barents à exploração do petróleo e do
gás. A área está fechada à indústria do petróleo e do gás e o governo de
minoria estabeleceu, em 2013, com os seus aliados do centro-direita, um
acordo que proíbe a exploração no rico e frágil ecossistema nos limites
do gelo. Porém, o aquecimento global provocou o recuo do gelo para
norte, provocando um debate sobre a fixação do seu limite.
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“É
importante ter conhecimento atualizado sobre a localização das áreas
frágeis”, disse o ministro do Clima e Ambiente, Tine Sundtoft, em
comunicado. “Já solicitei ao Instituto Polar Norueguês que atualizasse
os seus cálculos”, acrescentou. O Instituto vai atualizar o mapa do mar
de gelo da Noruega, que está baseado em informação obtida nas duas
décadas anteriores a 1989, com nova informação recolhida por satélite
entre 1984 e 2013.
Este processo vai permitir ao governo argumentar que as novas
concessões a serem disponibilizadas em breve à indústria petrolífera no
Mar de Barents estão situadas longe do gelo. Quando apareceram objeções à
exploração na área, no ano passado, o governo decidiu adiar a última
ronda de leilões para as concessões. Mas hoje os partidos de
centro-direita representados no parlamento e grupos ambientalistas
exprimiram a sua oposição à reformulação das fronteiras e acusaram o
governo de favorecer a indústria petrolífera.
“Não estamos a mudar
os limites do gelo”, afirmou a primeira-ministra, Erna Solberg, à
estação televisiva TV2. “É a natureza que está a mudar as fronteiras do
gelo”. As empresas petrolíferas, confrontadas com o declínio das
reservas de petróleo e gás do Mar do Norte, têm pressionado para a
concessão de mais licenças de exploração em áreas que se encontravam
fora de limite. Os grupos ambientalistas argumentam que os riscos
ambientais da exploração no Ártico são demasiado elevados e que esta nem
deve ser viável dada a queda dos preços do petróleo.
* O dinheiro manda em todo o lado até na Noruega.
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