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Austeridade na Grécia traduziu-se em
. “ataque sem precedentes” aos direitos
“Nesta crise, a maior desde a II Guerra Mundial, as instâncias internacionais agiram com o objectivo único de salvar o sistema bancário, sem ter em consideração os efeitos desastrosos para a população”
A
política de austeridade dos últimos quatro anos na Grécia traduziu-se
“num ataque sem precedentes” aos direitos humanos, pelo qual a União
Europeia e o Fundo Monetário Internacional devem assumir
responsabilidade, sustenta um relatório divulgado hoje.
Trabalho, saúde, educação, direitos políticos e liberdade de
expressão estão entre os principais direitos afectados pela austeridade,
segundo o relatório da Federação Internacional dos Direitos Humanos
(FIDH), a mais antiga organização de defesa dos direitos humanos.
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“Nesta crise, a maior desde a II Guerra Mundial, as instâncias
internacionais agiram com o objectivo único de salvar o sistema
bancário, sem ter em consideração os efeitos desastrosos para a
população”, afirmou o presidente da FIDH, Karim Lahidji, na apresentação
do relatório em Atenas.
Lahidji admitiu que “circunstâncias excepcionais possam exigir
soluções excepcionais”, mas sublinhou que “a forma como as políticas
foram adoptadas e aplicadas desrespeitou claramente as normas
internacionais”.
No relatório, pode ler-se que “o que começou como uma crise económica
e financeira transformou-se num ataque sem precedentes aos direitos
humanos e aos padrões democráticos”, na Grécia e noutros países que
contraíram empréstimos internacionais.
O documento, que é o resultado de uma investigação no terreno
realizada em Janeiro deste ano, sustenta que as medidas de austeridade
afectaram “todos os direitos humanos, dos direitos sociais à liberdade
de expressão”.
Na saúde, explicou um dos membros da equipa da FIDH que esteve na
Grécia, Noeline Blackwell, “médicos falaram da impossibilidade de operar
determinados doentes devido à afluência aos hospitais públicos, à falta
de equipamentos e à falta de pessoal”.
Entre os principais ataques aos direitos políticos e à liberdade de
expressão, o documento cita a violência policial contra manifestantes, o
aumento das agressões xenófobas e o encerramento da televisão pública
ERT em junho de 2013.
Segundo Karim Lahidji, o governo grego adotou “uma posição
crescentemente autoritária em relação à crítica pública, gerando um
ambiente social e profissional ainda mais opressivo para os meios de
comunicação independentes”, de que foi exemplo o encerramento da ERT.
“O governo grego partilha a responsabilidade por esta situação com a
UE e o FMI, que impuseram ao Estado grego a realização de reformas que
encorajam a violação dos direitos humanos”, afirmou Blackwell.
“A UE, em particular, violou a obrigação de respeitar, proteger e
promover os direitos humanos que decorre dos seus tratados fundadores e
da Carta dos Direitos Fundamentais”, acrescentou.
A FIDH entregou hoje o relatório ao ministro da Reforma
Administrativa, Kyriakos Mitsotakis, “o único membro do governo que
aceitou receber” os representantes da organização, e a Alexis Tsipras,
líder do partido de esquerda Syriza, favorito nas sondagens.
A economia grega deve começar a recuperar de uma longa recessão em 2015 e o desemprego só agora começa a dar sinais de baixar.
Números oficiais divulgados hoje indicam que a taxa de desemprego no
terceiro trimestre baixou para 25,5%, a que correspondem 1,2 milhões de
desempregados, em relação aos 27,2% registados no período homólogo de
2013.
* Em Portugal os direitos dos cidadãos também não foram respeitados, os partidos do covil da governação estão apenas interessados no poder e nos benefícios que o mesmo traz para o séquito de apaniguados.
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