HOJE NO
"OBSERVADOR"
Vladimir Putin aponta Estados Unidos
e NATO como principais ameaças
Vladimir Putin, aprovou uma nova doutrina militar que aponta Estados Unidos e NATO como as maiores ameaças, tendo em conta as mudanças geopolíticas causadas este ano pela crise na Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, aprovou nesta sexta-feira uma
nova doutrina militar que aponta Estados Unidos e NATO como as maiores
ameaças, tendo em conta as mudanças geopolíticas e de segurança causadas
este ano pela crise na Ucrânia.
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Entre as principais ameaças exteriores
para a Rússia, no documento-se destaca o aumento do potencial militar da
Aliança Atlântica, a sua aproximação às fronteiras russas e a assunção
de funções globais, que Moscovo considera violarem o direito
internacional.
Além disso, alude à teoria do “ataque global” dos Estados Unidos, que
contempla um ataque estratégico, mas sem recurso a armas nucleares, a
colocação de armamento de alta precisão e o início de uma corrida às
armas no espaço. Na nova doutrina expõe-se que a Rússia adotará medidas
para travar a pretensão de certas potências de conseguir uma
“superioridade militar”, através do desdobramento de elementos
estratégicos de defesa antimísseis, numa clara alusão à presença do
escudo norte-americano na Europa.
Outras ameaças externas são as pretensões sobre o território da
Rússia e dos seus aliados, a ingerências nos assuntos internos e o
estalar de conflitos em territórios limítrofes com a Rússia e
aliados. No documento, publicado na página da internet do Kremlin,
introduz-se o onceito de “contenção não nuclear”, que consiste em manter
no estado de alerta máximo as forças armadas da Rússia como manobra
dissuasora de eventuais conflitos.
Como instrumento de prevenção de conflitos, a doutrina destaca a
cooperação com os países que integram o grupo BRICS (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), a Organização de Cooperação de Xangai,
que inclui a Rússia e a China, ou a Organização de Segurança e
Cooperação na Europa (OSCE). Outros perigos para a segurança da
Federação Russa são a escalada do terrorismo e do extremismo
internacionais e a “ameaça real de serem cometidos atos terroristas com a
utilização de substâncias radioativas e químicas”.
Pela primeira vez, a doutrina militar russa refere-se à defesa dos
interesses nacionais no Ártico, região que acolhe importantes recursos
naturais e onde a Rússia admite instalar várias bases militares. Também
destaca que a prioridade da cooperação político-militar com as regiões
separatistas georgianas da Abecásia e Ossétia do Sul, cuja independência
foi reconhecida por Moscovo em 2008, é garantir a sua defesa e
segurança de forma conjunta.
Quanto às ameaças internas, adverte contra as intenções de
desestabilizar a situação política e social e de reverter a ordem
constitucional, a ameaça terrorista e as campanhas informativas junto da
população para pôr em dúvida as tradições históricas e espirituais do
país.
A nova doutrina optou por não modificar o artículo 22, introduzindo o
ataque nuclear preventivo — como adiantaram alguns meios de comunicação
-, e estabelece que o país apenas recorrerá ao seu arsenal atómico em
caso de agressão.
Na semana passada, durante a discussão do documento com altos
responsáveis da defesa e do exército, Putin assegurou que a nova
doutrina, que substituirá a vigente (desde 2010), continuará a ser
estritamente defensiva. No entanto, o Presidente russo classificou de
impressionantes os planos de rearmamento do exército russo, que receberá
no próximo ano mais de 50 novos mísseis intercontinentais capazes de
superar o escudo norte-americano.
* Mais dissertações do obtuso czar.
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