HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Spa para meninas de 5 a 12 anos
abre polémica em Espanha.
Em Lisboa, existe desde abril
A rede de spa, que oferece tratamentos de beleza, é acusada em Espanha de incentivar estereótipos de género e promover a sexualização das meninas. Em Portugal, spa abriu em abril.
Maquilhagem, desfiles, manicure, tratamentos de beleza e penteados,
num “mundo mágico à medida de todas as princesas”. Esta é a proposta da
Princelandia, uma rede de spas especializada em tratamentos para
meninas de cinco a 12 anos que está a ser acusada de promover a
sexualização e incentivar a criação de estereótipos de género.
.
O spa conta com mais de 20 unidades em Espanha, em cidades como Madrid, Sevilha e Valência e recebeu cerca de 250 mil clientes em 2013, de acordo com o jornal La Vanguardia. Em Portugal, há uma sucursal em Lisboa desde abril deste ano.
A abertura das duas últimas unidades nas cidades de Sabadell e Granollers na Catalunha, em Espanha, reacendeu a polémica no país, quando dezenas de pessoas de associações feministas e juvenis se concentraram em frente aos locais para protestar contra uma oferta de lazer que promove a sexualização, conforme avança o jornal Folha de São Paulo. A campanha ganhou força na Internet nesta semana, quando a associação Projecte Ella iniciou uma campanha através da hashtag StopPrincelandia para solicitar o fechamento dos centros.
Em entrevista ao jornal, a coordenadora da associação, Júlia Mas, adverte que mesmo numa atividade infantil, as crianças estão a aprender uma visão do mundo: “Essas propostas de lazer contribuem para a desigualdade. Mostram às meninas um mundo cor de rosa, cujo objetivo é ser princesa, ser bonita e esperar por um príncipe. Os valores por trás desse tipo de lazer vão no sentido contrário da sociedade igualitária que queremos para nossas crianças”.
Para Miguel Ángel Parra, diretor da Princelandia Espanha, as críticas são exageradas e devem-se à falta de informação. “A Princelandia é um conceito universal, em que as crianças têm um momento de magia, fantasia e diversão. Vivemos numa sociedade moderna, plural e avançada. Aqui é um espaço para deixar voar a imaginação”, afirma. Já para o site espanhol publico.es, Ángel Parra defende que “o facto de uma menina se divertir nos centros não condiciona nada” e define o seu negócio como “uma opção de ócio, um ponto alto no caminho da rotina do stress de aprender cinco idiomas e novas tecnologias”.
A deputada Lourdes Muñoz, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que integra a Comissão de Igualdade do Congresso e é presidente da ONG Dones en Xarxa (Mulheres em Rede), discorda de Ángel Parra e defende que é importante que as crianças brinquem com todos os tipos de atividade, independentemente do papel tradicional reservado ao género.
“A minha crítica é a um tipo de serviço de lazer dirigido só a meninas, com único objetivo de elas se vestirem e se maquilharem como se fossem mulheres”, afirma em entrevista à BBC Brasil. Muñoz acredita que as crianças devem aprender desde cedo que não estão condicionados a certas funções sociais e profissionais.
Para a psicóloga Olga Carmona, citada pelo publico.es, o problema não é a proposta do spa mas sim a falta de contexto do que ele representa. “Não há nada mau nos contos de princesas, desde que não os descontextualizemos, desde que façamos com que as meninas desfilem e façam poses parvas sem dar ao seu mundo sagrado e limpo ideias e símbolos que vão colocá-las num espaço social de desvantagem e desigualdade”, explica.
O Observador contactou a o spa da mesma cadeia que existe em Lisboa, mas o responsável pelo estabelecimento preferiu não comentar o assunto. A Princelandia oferece serviços de manicure, pedicure, massagens, maquilhagem de fantasia, penteados, desfiles, festas de aniversário ou temáticas e ainda programas especiais para mãe e filhas.
* O que se seguirá, um clube playboy para meninos, uma sexy-shop infantil?
.
O spa conta com mais de 20 unidades em Espanha, em cidades como Madrid, Sevilha e Valência e recebeu cerca de 250 mil clientes em 2013, de acordo com o jornal La Vanguardia. Em Portugal, há uma sucursal em Lisboa desde abril deste ano.
A abertura das duas últimas unidades nas cidades de Sabadell e Granollers na Catalunha, em Espanha, reacendeu a polémica no país, quando dezenas de pessoas de associações feministas e juvenis se concentraram em frente aos locais para protestar contra uma oferta de lazer que promove a sexualização, conforme avança o jornal Folha de São Paulo. A campanha ganhou força na Internet nesta semana, quando a associação Projecte Ella iniciou uma campanha através da hashtag StopPrincelandia para solicitar o fechamento dos centros.
Em entrevista ao jornal, a coordenadora da associação, Júlia Mas, adverte que mesmo numa atividade infantil, as crianças estão a aprender uma visão do mundo: “Essas propostas de lazer contribuem para a desigualdade. Mostram às meninas um mundo cor de rosa, cujo objetivo é ser princesa, ser bonita e esperar por um príncipe. Os valores por trás desse tipo de lazer vão no sentido contrário da sociedade igualitária que queremos para nossas crianças”.
Para Miguel Ángel Parra, diretor da Princelandia Espanha, as críticas são exageradas e devem-se à falta de informação. “A Princelandia é um conceito universal, em que as crianças têm um momento de magia, fantasia e diversão. Vivemos numa sociedade moderna, plural e avançada. Aqui é um espaço para deixar voar a imaginação”, afirma. Já para o site espanhol publico.es, Ángel Parra defende que “o facto de uma menina se divertir nos centros não condiciona nada” e define o seu negócio como “uma opção de ócio, um ponto alto no caminho da rotina do stress de aprender cinco idiomas e novas tecnologias”.
A deputada Lourdes Muñoz, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que integra a Comissão de Igualdade do Congresso e é presidente da ONG Dones en Xarxa (Mulheres em Rede), discorda de Ángel Parra e defende que é importante que as crianças brinquem com todos os tipos de atividade, independentemente do papel tradicional reservado ao género.
“A minha crítica é a um tipo de serviço de lazer dirigido só a meninas, com único objetivo de elas se vestirem e se maquilharem como se fossem mulheres”, afirma em entrevista à BBC Brasil. Muñoz acredita que as crianças devem aprender desde cedo que não estão condicionados a certas funções sociais e profissionais.
Para a psicóloga Olga Carmona, citada pelo publico.es, o problema não é a proposta do spa mas sim a falta de contexto do que ele representa. “Não há nada mau nos contos de princesas, desde que não os descontextualizemos, desde que façamos com que as meninas desfilem e façam poses parvas sem dar ao seu mundo sagrado e limpo ideias e símbolos que vão colocá-las num espaço social de desvantagem e desigualdade”, explica.
O Observador contactou a o spa da mesma cadeia que existe em Lisboa, mas o responsável pelo estabelecimento preferiu não comentar o assunto. A Princelandia oferece serviços de manicure, pedicure, massagens, maquilhagem de fantasia, penteados, desfiles, festas de aniversário ou temáticas e ainda programas especiais para mãe e filhas.
* O que se seguirá, um clube playboy para meninos, uma sexy-shop infantil?
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3 comentários:
Conhece o conceito?
Tem a sua própria experiência que lhe permita fazer uma análise sóbria, ou achou graça a esta pseudo notícia do "Observador"?
Como Mãe, não me choca de todo o conceito. Qual a diferença de uma Kidzania? Na Kidzania há espaços específicos para meninas. Lá não vejo meninos a brincar na Maternidade, no Salão de Beleza, na Loja de Roupas.
Na minha opinião, está a perder-se o bom senso, quando um conjunto de feministas entendem que um espaço onde é realizada uma festa de aniversário, onde as meninas brincam tal como brincam em casa, promove a sexualização. Tenhamos bom senso. É ridículo.
Em primeiro lugar não consideramos que o OBSERVADOR produz pseudo notícias, achamos que é um jornal sério recheado de muito bons profissionais. Nós escolhemos as notícias em 11 jornais diferentes por dia, não porque sejam impactantes mas importantes. Somos pelo crescimento saudável de meninas e meninos, o futuro, gostaríamos que houvesse menos consumismo em seu redor.
Depois notamos que o seu abespinhamento irritado não condiz com comentário isento.
Aqui as pessoas têm o direito de opinar desde que salvaguardem a educação,foi o que V.Exa. fez.
Os seus comentários serão bem vindos, obrigada
apxxdxdocorreio
pensionista
Não foi de todo um comentário abespinhado, permita-me a correcção.
Quanto ao Observador, poderia ser tema para um longo debate. Não duvido do profissionalismo da sua equipa de profissionais, mas na minha apreciação pessoal, e querendo deixar claro que não tem de todo a ver com esta notícia que não concordo, não achei que a mesma tivesse sido bem conduzida.
Continuo a partilhar da opinião que esta polémica é descabida, exagerada e roça o ridículo. Aliás, ultrapassa.
O consumismo não é incentivado nas festas de aniversário em questão. De todo. Foi concebido um espaço, adaptado para crianças, onde numa data especial, numa ocasião praticamente anual, podem em conjunto com outras crianças, fazer o que já fazem nas suas brincadeiras. Qual a criança que não faz desfiles em casa com a roupa da Mãe? Qual a criança que quando acompanha a Mãe à manicure não pede para que lhe pintem as unhas. Isso é consumismo? É interpretar papéis. É brincar através da imitação, que é o que qualquer criança faz.
Não é fomentado qualquer tipo de consumismo, nem de emancipação ao contrário do que a polémica tanto fala.
Esse projeto Ella, deveria focar-se em questões mais pertinentes, ao invés de andar a perder tempo e energia com algo tão básico e inocente.
Não querem crianças consumistas, vaidosas, e por aí fora, eduquem-nas.
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