A tua namorada de 16 anos
não é ciumenta,
é manipuladora
EXIGIR QUE TU RESPONDAS IMEDIATAMENTE às mensagens
dela, questionar-te sobre os minutos que passaram até que tu
«finalmente» envias um sms de resposta ou escrever «Se não me respondes é
porque não queres saber de mim» não revelam que ela se preocupa. E
telefonar-te se tu não respondes logo não é um sinal de que ela gosta
de ti. Não é uma manifestação de afeto. É apenas a prova de que ela é
manipuladora e quer controlar os teus passos todos. Aliás, é por essa
mesma razão que ela quer saber o que fizeste, porque o fizeste, com quem
falaste e quanto tempo demoraste em cada sítio por onde passaste antes
de ir ter com ela.
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VIGIAR PERMANENTEMENTE a tua conta no Facebook e
pedir-te satisfações sobre os «gostos» que colocas nas fotografias de
outros, sobre as amizades novas que pedes ou aceitas ou sobre os
comentários que outras pessoas – sobretudo raparigas – fazem às tuas
imagens não é uma atitude normal. Nem saudável. E escusas de pensar que
tu fazes o mesmo, por isso ela pode fazê-lo. Isso é errado.
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MEXER NO TEU TELEMÓVEL sem a tua autorização é tão
grave como vasculhar a tua carteira, a tua mochila ou as tuas gavetas. É
uma invasão de privacidade. E não há nada que o justifique. Pensa nisso
quando ela te pedir a password do e-mail, alegando que não deve haver segredos entre vocês.
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RESPONDER-TE, QUANDO FALAS SOBRE A PRESSÃO QUE SENTES da parte dela, que as amigas também fazem o mesmo e que os namorados
delas não se queixam não é uma resposta muito inteligente. Lá porque
outros o fazem, isso não significa que esteja certo. E lá porque os
namorados das amigas não se queixam, não quer dizer que se sintam bem
com isso.
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GOZAR CONTIGO – muitas vezes à frente de outras
pessoas – não significa que ela é «apenas brincalhona». Fazer isso ou
chamar-te nomes, por exemplo, é um típico ato de violência. Ao
contrário do que ela ou outra pessoa qualquer te diga, a violência não
ocorre apenas quando deixa marca física. Quando magoa. Quando deixa
nódoas negras. A violência psicológica existe e é grave. Se tiveres
dúvidas sobre isto, vai ao Google. Verás como a lei é clara quanto a
isto. E olha que as pessoas que fazem as leis percebem alguma coisa do
assunto.
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ADMITIRES QUE PRECISAS DE AJUDA não é vergonha
nenhuma. O facto de ela ser rapariga e tu rapaz não faz de ti menos do
que os teus amigos. Aliás, ficarias espantado com a quantidade deles
que recebem ordens das namoradas abusadoras. Elas não são o «sexo
fraco» – isso não existe, por muito que ouças o teu pai dizer o
contrário. Por isso não tens de te sentir mal por te sentires
desconfortável. Por muito que custe admitir, é bem possível que tu sejas
uma vítima e a tua namorada uma agressora. Quanto mais depressa
encaixares isso na tua cabeça, melhor para ti. O género é apenas um
pormenor.
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A 23 de junho de 2013, uma crónica publicada nesta página
tornou-se viral nas redes sociais. Com 130 mil partilhas no Facebook e
mais de duzentas mil visualizações, «O teu namorado de 16 anos não é
nervoso, é uma besta» alertava para a violência de género no namoro,
exercida pelos rapazes em relação às raparigas. Esta é uma possível
versão para eles.
IN "NOTÍCIAS MAGAZINE"
09/11/14
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