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Lisboa diz não conseguir garantir que
. portugueses não pagarão taxa turística
O também responsável pelas Finanças da Câmara minimizou o valor cobrado, indicando que equivale a “pouco mais de um café diário”
O
vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, admitiu hoje que o
município não consegue garantir que os portugueses não serão afectados
pela nova taxa turística, que prevê a cobrança de um euro pelas dormidas
e pelas chegadas à capital.
“Não consigo garantir de todo que não possa haver cidadãos
portugueses a pagar esse euro, é algo que nunca poderei garantir, que
nunca conseguirei garantir, porque não podemos simplesmente fazer um
inquérito a cada português e indagar os motivos por que cá estão”, disse
hoje o vice-presidente da autarquia, de maioria socialista, numa curta
conferência de imprensa à entrada da Assembleia Municipal.
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Porém, salientou que a taxa foi desenhada para que “seja um
contributo de turistas, obviamente de não residentes na cidade de
Lisboa”, pelo que os munícipes farão parte das excepções.
O também responsável pelas Finanças da Câmara minimizou o valor
cobrado, indicando que equivale a “pouco mais de um café diário”.
O autarca referia-se à Taxa Municipal Turística, anunciada pela
Câmara de Lisboa na segunda-feira, para figurar no orçamento da cidade
do próximo ano. Segundo a autarquia, será criado um fundo de
desenvolvimento turístico de Lisboa a ser financiado poe esta taxa e
gerido “em processo de co-decisão por parceiros” do sector.
Com esta medida, passará a ser cobrada, a partir de 2015, uma taxa de
um euro pelas chegadas ao aeroporto e ao porto de Lisboa e, a partir de
2016, uma taxa do mesmo valor sobre as dormidas.
Segundo Fernando Medina, o município espera que cada taxa gere, em
cada ano, oito milhões de euros, o que significa que a partir de 2016 a
previsão é de um total de 16 milhões de euros. O dinheiro arrecadado
será canalizado para um fundo de desenvolvimento turístico.
O responsável afirmou que “a decisão da Câmara de Lisboa para avançar
com taxa turística é precisamente para apoiar sector do turismo”.
A questão com que “Lisboa se encontra confrontada neste momento é
como arranjamos recursos para continuar a investir para melhorar o
turismo. Tínhamos verdadeiramente duas opções. Uma era aumentar os
impostos sobre os munícipes e outra era criar uma taxa turística
moderada e muito limitada, que pudéssemos alocar exclusivamente ao
desenvolvimento do turismo”, sustentou.
Questionado pelos jornalistas sobre se o município realizou um estudo
de impacto da taxa, o número dois do município disse: “Claro que
fizemos […] e fomos procurar e ver como tinham feito as melhores cidades
da Europa em matérias de turismo”, como Paris, Roma, Barcelona e
Berlim.
Quanto às críticas de juristas que dizem que a Câmara não tem
competência para aplicar esta taxa por ter carácter de imposto, Fernando
Medina afirmou que a opinião do município é contrária e apontou os
relatórios da fiscalidade verde, em que está “sustentada a criação de
uma taxa turística pelos municípios”.
“O argumento fundamental que permite a criação desta taxa é simples:
os serviços que a Câmara presta aos turistas são os mesmos que presta a
todos os cidadãos”, tais como ter uma via pública, arruamentos e jardins
arranjados e dispor da Protecção Civil, enumerou.
Na segunda-feira, a Câmara informou que as crianças e as pessoas que
estão na cidade sem ser em turismo não pagarão esta contribuição.
A agência Lusa questionou a autarquia para tentar perceber como
funcionavam estas excepções e como podiam ser controladas, sem resposta
até ao momento.
* O sr. Presidente da Câmara, provável futuro primeiro-ministro, já anda nos treinos. Ensaia nos turistas que visitam Lisboa para depois atacar em força no contribuinte nacional.
** Em relação ao sr. Fernando Medina que desvaloriza o roubo, apraz-nos dizer-lhe que existem pessoas que parecem mal paridas, dada a absoluta proximidade do outro orifício.
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