Marketing jurídico
o desejo irresistível
de comunicar
Maio de 2005, lia-se nos jornais: “A classe dos advogados está a
passar por uma fase de “forte turbulência” e divisões internas, “que
pode liquidar a profissão”. Em causa está a publicidade”.
Passados nove anos da alteração legislativa em matéria de publicidade
para advogados, após uma enorme evolução tecnológica que ocorreu na
sociedade, estranha-se a falta de debate que conduza a regras claras
sobre a necessidade que, cada vez mais, os escritórios de advogados têm
de comunicar. E de comunicar bem sem que isso implique propagandear
serviços.
Escritórios de pequena e média dimensão, não dotados de estruturas
internas de comunicação, começam a sentir a necessidade de se
organizarem de forma societária, de se expandirem e de sobreviverem num
mercado cada vez mais competitivo no qual quem não comunica não existe.
A existência do marketing jurídico implica um planeamento prévio que
deverá necessariamente existir para que a estratégia de comunicação,
sobretudo digital, conduza a resultados concretos na vida de um
escritório de advogados. Muitos são já os escritórios/sociedades de
advogados que acusam a necessidade de realizar parcerias, nacional e
internacionalmente, sem que na base disso exista qualquer tipo de
reflexão ou planeamento que conduza à eficácia do que se pretende
comunicar.
É precisamente neste ponto que o marketing jurídico nasce. O
marketing sério leva as chefias de qualquer “negócio” a refletir sobre
“quem somos”, “o que fazemos” e “onde queremos chegar”. Do outro lado,
um cliente, ou um potencial cliente, cada vez mais exigente e que
procura informação sobre os escritórios a que recorre para resolver os
seus problemas.
O marketing jurídico visa aplicar conceitos de marketing às
atividades realizadas pelos escritórios de advogados, respeitando os
limites legais impostos (Estatuto da Ordem dos Advogados).
Os escritórios de advogados deparam-se no seu dia-a-dia com uma forte
concorrência, um mercado cada vez mais exigente e com a necessidade de
consolidação da sua marca, tornando-se fundamental – hoje e no futuro! –
a adequação dos escritórios ao contexto atual e, sobretudo, um
planeamento estratégico acompanhado da correspondente avaliação dos
resultados de acordo com as metas a atingir in casu.
O marketing jurídico assume hoje um papel crucial nos
escritórios/sociedades de advogados. A constante evolução da advocacia
exige uma estrutura funcional, que visa acompanhar e dinamizar o ritmo
de crescimento do escritório/sociedade, contribuindo de forma decisiva
para uma gestão eficiente dos seus recursos e serviços.
No limite, diria que a não assunção clara relativamente à necessidade
que todos, e cada um por si, têm de comunicar gera receios mas não
impede que os advogados se publicitem até de forma questionável à luz do
Estatuto da Ordem dos Advogados. Proíbe-se, geram-se receios
infundados, mas desperta-se o desejo irresistível – e irreversível! – de
comunicar. Em muitos casos de forma irreverente. E sem saber como.
Partner Vae Victis, Consultoria e Marketing Jurídico
IN "OJE"
21/11/14
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