.
HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Governo prepara com "saber e mestria"
. aumento "muito significativo"
de impostos
O Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas acusou esta
quinta-feira o Governo de preparar com "saber e mestria" um aumento
"muito significativo" dos impostos para 2015, tentando subestimar o
valor das receitas em ano de eleições.
.
"Isto é intencional, está feito com uma
mestria de tal ordem que dificulta a leitura" das alterações fiscais
previstas para o próximo ano, disse Domingues Azevedo em entrevista à
Lusa.
.
O bastonário defendeu que, para se
ter "uma ideia" da realidade fiscal, é preciso analisar em conjunto as
três propostas do executivo - o Orçamento do Estado para 2015, a
Fiscalidade Verde e as alterações ao IRS -- e que só quem conhece bem a
temática fiscal, tem tempo e conhecimentos técnicos é que se apercebe do
aumento real da carga fiscal.
"Estou convencido de que 2015 será
um ano de agravamento muito significativo da tributação para os
contribuintes portugueses", afirmou, criticando a estratégia de
discussão destes documentos que "pulveriza as alterações" fiscais.
Não
existe lógica, segundo o bastonário, em alterar o código da
contribuição autárquica ou do IVA através do projeto dos impostos
verdes, o que na sua opinião revela a existência de "uma estratégia de
pulverizar as alterações para sonegar" a possibilidade de ter uma ideia
exata das receitas que vão ser arrecadadas no próximo ano.
"Na
minha ótica, vão ser muito superiores ao que o Governo prevê nesses
documentos", disse, acrescentando que "num ano de eleições isso seria
uma maravilha", pois uma maior captação de receitas em ano eleitoral
permite ao executivo melhorar a gestão da captação dos votos,
nomeadamente realizando obra que agrade ao eleitorado.
Essa é a
razão, segundo o bastonário, para "não haver muito interesse" do Governo
em promover uma leitura integrada dos três documentos que no próximo
ano vão alterar a realidade fiscal dos portugueses.
O bastonário
reconheceu que haver "algum" desagravamento fiscal do IRS em 2015, mas
defendeu que esta baixa não tem uma lógica orientadora, apenas fins
economicistas, e que vai ser "muito inferior" à receita fiscal que vai
gerada no próximo ano noutros domínios.
"O ano de 2015 vai ser
bastante mau na fiscalidade para os cidadãos portugueses", reafirmou,
considerando que os impostos sobre o rendimento do trabalho vão no
próximo ano andar muito próximos dos praticados antes do 25 de Abril.
Na
opinião do bastonário, tem havido uma "pressão enorme" sobre estes
rendimentos e o Governo "apercebeu-se" de que estes impostos esticaram
ao máximo e já não é possível esticar mais: "Por isso está a arranjar
outras fontes de rendimento fiscal, pelas mais diversas e ardilosas
formas, que os contribuintes é que vão pagar", concluiu.
* Este senhor disse tudo acerca dos vendedores da banha da cobra.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário