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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Vazio legal impede fiscalização da
. qualidade do ar em edifícios
O presidente da Associação Portuguesa
da Indústria da Refrigeração e Ar Condicionado afirmou este domingo que,
devido à alteração da legislação, "desde novembro de 2013 que não se
fazem auditorias à qualidade do ar interno nos edifícios".
Desde "novembro do ano passado que
deixou de haver auditorias de QAI (qualidade do ar interno) em
edifícios. Essa responsabilidade passou para a alçada da Agência
Portuguesa do Ambiente e da direção regional de saúde", mas "está tudo
pendente de um despacho ou de uma outra portaria que indicará quais são
as metodologias a utilizar", afirmou à Lusa Fernando Brito.
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EVITE, O DUCHE |
O responsável falava à Lusa a
propósito do elevado número de casos de legionella que estão a ser
registados na zona de Vila Franca de Xira, considerando que "tudo leva a
crer que o foco da infeção será uma poluição exterior, tendo em conta a
existência de um público tão variado e tão heterogéneo em termos de
idade".
Em seu entender, a origem do problema poderá estar numa
torre de arrefecimento, que existem no exterior dos edifícios e que são
arrefecidas por pulverização de água, podendo essas gotículas percorrer
grandes distâncias.
"Essas torres de arrefecimento são utilizadas
em grandes processos industriais, mas podem existir também em centros
comerciais e em edifícios mais antigos", disse.
"São torres que
libertam calor para o exterior e pelo volume de água que contém podem
causar problemas de 'legionella' se não houver os cuidados de manutenção
respetiva. Pode ser uma coisa desse tipo, ou um sistema de rega, por
exemplo, que vá buscar a água a poços não oficiais e que ao pulverizar
pode espalhar as gotículas, mas podem ser também as fontes ornamentais,
onde o tratamento de água não é feito", acrescentou.
Nas
declarações que prestou à Lusa, o presidente da Associação Portuguesa da
Indústria da Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC) lamentou que se
esteja a passar a ideia de que a bactéria se transmite pelo ar
condicionado, "quando o problema da legionella é um problema de água"
pulverizada.
"É triste e não sei até que ponto a associação não
terá que legalmente interpor alguma ação porque este é um setor
importante na economia. Não se pode dizer disparates e influenciar
pessoas. Há muita gente em pânico, porque têm ar condicionado em casa",
afirmou.
O responsável faz questão de esclarecer que os aparelhos
que existem nas casas não tem sistema de aerossol, ou seja, não existe
pulverização de água.
Fernando Brito lamentou, contudo, que com a
nova legislação que levou ao fim das auditorias QAI tal como existiam,
se tenha acabado também com "as ações preventivas" que os peritos de QAI
faziam nos edifícios.
"Os peritos de QAI não eram sumidades
relativamente a biologia e à química, mas faziam o rastreio", disse,
referindo que o novo sistema "é muito mais complicado, mais caro e
moroso", uma vez que obriga à realização de análises complexas em
laboratório.
Até aqui, segundo explicou à Lusa, essas análises só
se realizavam quando era detetado um indicador da existência de um
problema. Agora, sem esses "rastreios", isso vai deixar de acontecer
porque "não é viável realizar essas análises em todos os edifícios".
* E esta hem! O que andam a fazer os ministros do Ambiente e da Saúde, mais os srs. deputados sempre com um ar de estarem muito ocupados??? A tratar da vidinha claro, legislar para o que lhes traga benefícios!
E assim se morre!
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