UTAO:
Dívida pública ultrapassou em Setembro
. o estimado para todo o ano
. o estimado para todo o ano
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO)
adverte que a dívida pública na óptica de Maastricht ultrapassou em
Setembro o esperado para o total do ano, em quase seis mil milhões de
euros.
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"O 'stock' da dívida pública na óptica
de Maastricht [a que conta pra Bruxelas] aumentou em Setembro,
encontrando-se acima do previsto para o final do ano", lê-se na nota
mensal da dívida pública da UTAO, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
De acordo com o grupo independente de apoio ao parlamento, que cita
dados do Banco de Portugal, no final de Setembro a dívida pública
situou-se em 229,15 mil milhões de euros.
Este valor representa um aumento de 9,9 mil milhões de euros face ao
final de 2013 e "encontra-se 5,9 mil milhões acima do previsto para o
final do ano, isto é, do montante total de 223,2 mil milhões de euros".
Por outro lado, os técnicos salientam o aumento dos depósitos da
administração central, que atingiram 21,7 mil milhões de euros no final
do terceiro trimestre. Este valor representa um aumento de 2,8 mil
milhões face a agosto e de 3,8 mil milhões face ao final do ano
anterior.
Além disso, a UTAO afirma que está previsto que os depósitos da
administração central totalizem aproximadamente 13 mil milhões de euros
no final de 2014.
Assim, devido a esse aumento dos depósitos da administração central, a
UTAO aponta que, face ao estimado para o final de 2014, a dívida
excluindo depósitos "fixou-se em 207,4 mil milhões de euros, registando
um acréscimo inferior ao verificado na dívida na óptica de Maastricht".
Dívida será insustentável mantendo-se média de défices desde o euro
A UTAO calcula que a dívida pública pode manter-se acima dos 60%
definidos no Tratado Orçamental pelo menos até 2045 e que, mantendo-se a
média de défices orçamentais desde a criação do euro, pode assumir "uma
trajectória insustentável".
A UTAO admite que, caso o valor médio anual dos défices orçamentais
desde a criação do euro se mantenha nos cerca de 5,4% do Produto Interno
Bruto (PIB), "a dívida pública assumiria uma trajectória
insustentável".
Por outro lado, os técnicos de apoio ao parlamento estimam que "a
manutenção de um défice público em torno dos 3% originaria uma redução
relativamente limitada da dívida pública, atingindo um valor abaixo de
110% do PIB apenas em 2040".
A UTAO adverte ainda que "a manutenção de défices orçamentais iguais
ou superiores a 3% não permite a convergência da dívida pública para
níveis idênticos aos que se verificam actualmente, em média, para o
conjunto dos países-membros" da zona euro.
Por isso, alerta, "não será possível reduzir a dívida pública
significativamente num contexto em que não se altere a política
orçamental vigente desde a adesão ao euro".
Num outro cenário, a UTAO considera que "a dívida pública apresenta
uma trajectória sustentável". Neste caso, os técnicos assumem as últimas
previsões da Comissão Europeia até 2016 e, a partir de 2017, a
convergência do défice orçamental para o objectivo de médio prazo (de
0,5% do PIB) e um crescimento económico nominal de 4%.
"De acordo com este cenário base, a dívida pública inicia uma
trajectória descendente em 2014, até atingir cerca de 78% do PIB em 2035
e 65% em 2045", lê-se na nota. A concretizar-se, esta estimativa
significa que a dívida pública portuguesa ficará acima dos 60%
estabelecidos no Tratado Orçamental pelo menos por mais três décadas.
Além de definir que os estados-membros devem ter uma dívida pública
inferior a 60% do PIB, o Tratado Orçamental também define o ritmo a que
os países que não cumpram esta regra devem reduzir a dívida excedente
(de um vigésimo ao ano numa média de três anos do montante que exceda
aquele valor de referência).
Por isso, a UTAO afirma que a redução da dívida pública a esse ritmo
"deverá obrigar a uma consolidação superior à que corresponde ao
objectivo de médio prazo para o saldo orçamental estrutural".
Isto significa que a redução do saldo orçamental estrutural deverá
ser superior aos 0,5 pontos percentuais ao ano, definidos no Tratado.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2015, o Governo estima uma
redução do défice estrutural de 0,1 pontos percentuais, de 1,3% este ano
para 1,2% no próximo.
* Não foi a sra. ministra das Finanças que acenou com uma boa surpresa para 2015? Talvez seja esta, a dívida sem "sustento"!
** Informam-se os srs visitadores que esta segunda-feira o pensionista de serviço às notícias teve um grande precalço no computador pelo que só as conseguiu compilar na totalidade na madrugada de terça-feira pelas 01H55.
A REDACÇÃO
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