Observatório para a Liberdade Religiosa
.lançado na próxima semana
Os promotores do organismo querem ainda "criar uma dinâmica efectiva de monitorização da liberdade religiosa", que, em Portugal, consideram, vive uma "delicada situação institucional"
O
estudo das religiões e o acompanhamento da situação da liberdade
religiosa são os objectivos do novo Observatório para a Liberdade
Religiosa (ORL), iniciativa cívica e académica, que será lançada na
próxima semana em Lisboa.
A estrutura independente, que surge associada à área de Ciência das
Religiões, da Universidade Lusófona, será coordenada pelo professor e
investigador Alexandre Honrado e pelo jornalista Joaquim Franco.
A ideia é, segundo explicou à agência Lusa Alexandre Honrado,
"desafiar pessoas da área confessional e não confessional a observar o
fenómeno religioso no mundo e em Portugal", numa altura em que a
violência associada à religião "atinge limites de banalização".
"Estar muito atento às realidades que tenham a ver com todo o
fenómeno religioso e fundamentalmente com a liberdade religiosa, que há
que manter", sublinhou, adiantando que estão a acontecer "muitas coisas a
nível mundial em termos de religião [...]e do aproveitamento político
da religião".
O Observatório, que será apresentado publicamente na próxima semana
com o lançamento de um site na Internet, irá trabalhar em parceria com
as universidades e pretende ser também um "ponto de encontro" de
informação sobre religiões.
Os promotores do organismo querem ainda "criar uma dinâmica efectiva
de monitorização da liberdade religiosa", que, em Portugal, consideram,
vive uma "delicada situação institucional".
Fragilidades, que segundo Alexandre Honrado, são visíveis
quotidianamente na forma como a legislação sobre liberdade religiosa é
aplicada, como as minorias são tratadas ou pela segregação directamente
relacionada com a religião que existe nos bairros pobres.
"Lisboa, que é uma bolsa enorme de pluralidade, tem neste momento
casos muito concretos de segregação religiosa, de dificuldade, de
perseguição e de falta de liberdade", disse Alexandre Honrado,
adiantando que a denúncia destes casos será também parte da missão do
observatório.
Reconhecendo o percurso positivo de Portugal nesta área,
sucessivamente reconhecido por avaliações internacionais, Alexandre
Honrado alerta que também há "coisas negativas" a que é preciso estar
atento.
"Vivemos no mundo das tensões e dos conflitos, não somos excepção só
por sermos Portugal e por estarmos na ponta da Europa. Estamos com um
mundo cheio de problemas à nossa volta. Estamos na lista do califado",
alertou, numa alusão ao plano dos extremistas do Estado Islâmico de
criar um califado, que iria da Ibéria ao Vale do Indo, no Paquistão,
passando por largas regiões de África e da Europa.
* Em Portugal na vertente religiosa já existe um califado com direito a parques de festividades e comércio. Gostaríamos de saber quanto é que a igreja católica paga de IMI.
A liberdade religiosa só existirá quando nenhum "empreendimento de fé" tiver proteccionismo e conivência estatal.
Portugal está longe de ser um estado laico.
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